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Covid-19

“Até interesse em trabalhar no hospital referência Covid não é atrativo”, diz presidente do HRMS sobre falta de médicos

Segundo Rosana Leite, mesmo com abertura de vagas e disponibilização de profissionais pela prefeitura, procura não supre necessidade

- Foto: Arquivo/Portal do MS
- Foto: Arquivo/Portal do MS

Em meio ao aumento de casos de Covid-19 e a falta de leitos, o Hospital Regional enfrenta também a falta profissionais suficientes na atuação da linha de frente. Segundo a diretora-presidente do HRMS, Dra. Rosana Leite, para auxiliar o combate à doença, a prefeitura da Capital disponibilizou, desde a última quinta-feira (04), 15 médicos. Mas até esta terça-feira (09), apenas dois se apresentaram.

“Eles não querem vir trabalhar aqui no Hospital Regional. São médicos recém-formados, que têm outros interesses. Então até trabalhar no hospital referência Covid-19 não é atrativo”, afirma a Dra.

Para suprir a falta de suporte humano, foram abertas inscrições para processo seletivo, na última segunda-feira (08), com 64 vagas no total, sendo 10 para agentes de farmácias, 12 para farmacêuticos e 42 médicos plantonistas. Os candidatos podem se inscrever até o dia 11 deste mês, no site.  

 

Médicos sobrecarregados

Para o presidente do Sindicato dos Médicos (Sinmed MS), Dr. Marcelo Santana, essa falta de profissionais é resultado da sobrecarga de médicos que atuam na linha de frente.

“Nós estamos vendo hospitais públicos e privados totalmente lotados. Então, esses profissionais já trabalham, desde o início da pandemia, com carga horário em acréscimo, porque, nas duas redes, o aumento da demanda exige horas maiores de atuação. Os profissionais acabam se adaptando e se sobrecarregam”, afirma.

Com isso, o representante do setor explica que não há como suprir a carência de profissionais, pois já não há recurso humano existente no mercado. “Não temos como arrumar médicos novos para suprir em curto espaço de tempo essas vagas que estão faltando. Por isso que temos essa dificuldade, mesmo com a abertura de processos seletivos. O problema é mão de obra finita”.

Para conter o colapso na saúde, o presidente do Sinmed afirma que as únicas saídas são o cumprimento do distanciamento social responsável e a vacinação em massa. “ A população tem que entender a responsabilidade que tem nesse aumento de casos, já que não cumprem as medidas de forma correta. Lembrando que estamos apenas no começo da pandemia”, afirma.

 

Hospital Lotado

Com o aumento do número de casos de Covid-19, o Hospital Regional, referência para o combate à Covid-19 em Mato Grosso do Sul, atingiu 113% da ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em 48h.

Segundo a diretora-presidente do HRMS, Dra. Rosana Leite, 15 pacientes que deveriam estar no Centro de Terapia Intensiva (CTI), recebem cuidados médicos nas alas vermelha e azul. “Estão sob cuidados intensivos, porém deveriam estar em leitos de CTI. Nós já passamos da nossa capacidade e estamos sim com déficit”, explica.

Entre esta terça-feira (09) e quarta-feira (10), de acordo com a porta-voz do local, seriam disponibilizados 10 leitos de UTI, pela prefeitura. No entanto, mesmo com essa aquisição, cinco pacientes ainda ficam fora da área adequada. “Essa quantidade já será insuficiente”, afirma a Dra., que detalha que o número de casos pode aumentar nos próximos dias.

“Devido à alta taxa de contágio, devido ao relaxamento de distanciamentos durante ao carnaval, nós estamos colhendo esses frutos. Aumentando de tal forma, a gente fica com medo de não termos leitos necessários”.