Biscoito de polvilho é lanche para musas fitness

Musas fitness como Gabriela Pugliesi já declararam em suas redes sociais serem adeptas do consumo de biscoito de polvilho. Às vezes escutamos que o alimento é ótimo para emagrecer, porque é levinho e tem poucas calorias, mas tem quem diga que o biscoito é, na verdade, gorduroso e faz mal à saúde. Mas, afinal, qual é a verdade?

Biscoito de polvilho engorda ou emagrece?

Para responder a estas dúvidas, é preciso, primeiramente, entender qual a composição do polvilho. “O polvilho é a produto amiláceo extraído da mandioca. De acordo com seu teor de acidez, ele será classificado em polvilho doce ou polvilho azedo”, explica a nutricionista Tamara Rocha, do Espaço CM Nutrição.

Segundo a profissional, as baixas calorias do biscoito de polvilho tradicional, daquele mais comum, podem ser uma armadilha: este número não é o único fator a ser levado em conta em uma dieta de redução ou manutenção de peso. “É necessário, além das calorias, avaliar a qualidade dos ingredientes e do alimento como um todo, pois o organismo também precisa estar bem nutrido para queimar calorias de forma eficiente”, esclarece Tamara.

O biscoito de polvilho tradicional é um exemplo clássico de alimento com calorias vazias – isto é, apesar de ter pouco calórico, ele não tem nutrientes, vitaminas ou sais minerais. “Por ele ser um biscoito leve e que dá a impressão de não 'encher' muito, é fácil passar do consumo recomendado – e, em excesso, ele pode, sim, acabar engordando”, diz a nutricionista. O amido de que o polvilho deriva é um carboidrato simples – daqueles que fornecem energia de forma rápida para o organismo, mas não saciam por muito tempo e são inimigos da dieta, porque tem baixo teor de fibras e de proteínas.

Tem muito sódio?

Apesar de ser um “biscoito de vento”, leve e que não sobrecarrega a digestão, Tamara faz um alerta em relação a um dos maiores vilões da saúde: o sódio, que, no biscoito de polvilho, está presente em alta concentração. “A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) divulgou um levantamento que mostra que um pacote de 100 gramas de biscoito de polvilho tradicional tem mais da metade de toda a quantidade de sódio que uma pessoa deve consumir durante todo o dia”. O sódio pode ser uma influência negativa para quem tem problemas de retenção de líquido ou de pressão alta. Como se não bastasse, o alto consumo da substância pode contribuir para a ocorrência de algumas doenças crônicas. As mais comuns são diabetes, cardiopatias, problemas renais e hipertensão. “O ideal, portanto, é que o consumo seja moderado e bem orientado nutricionalmente”, diz Tamara.

Como não engordar?

Tamara diz que, no caso do biscoito de polvilho, a regra da moderação também tem que ser aplicada caso você não queira ganhar muito peso. “Desde que a pessoa seja bem guiada em relação ao produto que vai comprar e a forma certa de consumir, o biscoito pode ser um bom aliado em dietas de emagrecimento, como opção de lanches intermediários, principalmente pra pessoas que tinham o hábito de comer guloseimas entre as refeições”, diz. Este, aliás, é um dos grandes trunfos do biscoito de polvilho.“Um dos maiores problemas em dietas de redução de peso é justamente não poder comer as coisas gordurosas de costume, como biscoito recheado, chocolate e balas, por exemplo. O açúcar desses alimentos gera uma dependência real: a pessoa pode não passar fome, mas fica ansiosa por não poder comer o que ela quer, e acaba sofrendo e abandonando a dieta”, explica a nutricionista. “Uma solução seria oferecer opções saudáveis e que auxiliem a diminuir, aos poucos, o “vício” pelo açúcar”. O biscoito de polvilho entra como uma dessas opções, que poderia dar uma “saciada psicológica”. Quando bem orientada, a pessoa pode ser introduzir o biscoito em seu plano alimentar sem comprometê-lo”.

Emagrecer com biscoito de polvilho é possível?

No entanto, não é qualquer biscoito de polvilho que emagrece. Atualmente, existem diversas opções no mercado, e o que vai determinar se o alimento é aliado ou inimigo da dieta são os ingredientes e a maneira de preparo.

“Por isso, é importante que se opte por alternativas mais saudáveis já existentes, e que o seu consumo seja alternado com outras opções de lanches, como frutas, oleaginosas e iogurtes, por exemplo que terão nutrientes importantes para o funcionamento adequado do organismo”, esclarece a nutricionista.