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Assistência Para Fauna

CRAS terá clínica veterinária em breve

Hospital vai modernizar o atendimento para atender animais das mais diversas espécies

Diversas espécies de animais serão tratadas na nova clínica - Foto: Chico Ribeiro
Diversas espécies de animais serão tratadas na nova clínica - Foto: Chico Ribeiro

O Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), vai ganhar uma nova clínica veterinária em breve. As obras de construção da unidade estão com 20% do empreendimento em andamento, e devem ser entregues no máximo no final de 2021. Referência nacional no tratamento de animais selvagens vítimas de acidentes e do tráfico, o novo hospital vai modernizar o atendimento aos bichos das mais diversas espécies que vivem no Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica e que foram resgatados com problemas de saúde.

Nesta segunda-feira (25), dez operários e duas máquinas estiveram em trabalho no local. Segundo a Agência Estadual de Empreendimentos (Agesul), que fiscaliza a construção do prédio, a obra está na fase inicial da superestrutura, que é a edificação das bases de concreto, vigas e pilares. Orçada em R$ 3,8 milhões, a nova unidade de saúde terá espaços administrativos, salas de cirurgia, ambientes para quarentena e laboratórios para exames. 

Conforme a coordenadora do Cras, dra. Aline Duarte, a nova clínica vai concentrar em um único lugar todas os atendimentos aos animais selvagens, como triagem, exames, atendimento clínico, cirurgias e reabilitação. “Hoje o serviço é distribuído em vários prédios e feito com instituições parceiras. Com o novo hospital, tudo será concentrado no Cras, o que dará mais agilidade e efetividade ao atendimento”, conta.

Início do centro

O Cras foi criado em julho de 1987 para recepcionar, triar e destinar os animais silvestres apreendidos em operações de combate ao tráfico, atropelados nas rodovias estaduais ou ainda entregues voluntariamente pela população. Foi um dos primeiros Centros de Triagem de Animais Silvestres criados no Brasil e é, atualmente, o mais importante da categoria.

“Junto com instituições parceiras, fazemos um trabalho de excelência, superando limitações e alcançando objetivos, conseguindo um bom retorno na quantidade de animais tratados”, afirma Aline. Entre 70% e 80% dos animais que entram na unidade são tratados, reabilitados e devolvidos à natureza. O restante acaba perdendo a vida ou sendo transferido para zoológicos, instituições científicas ou criadouros – quando não podem ser reinseridos no habitat natural.

Procedimentos inéditos

O Centro de Reabilitação também fez uma prótese em impressora 3D para implantar em um mutum, pássaro de grande porte que foi vítima de atropelamento. Recentemente, a unidade reabilitou uma onça pintada resgatada dos incêndios que atingiram o Pantanal, em Corumbá, no ano passado. O mamífero teve as patas queimadas e o pulmão comprometido por causa da fumaça produzida pelo fogo. Batizado de Jou Jou, o animal foi resgatado em novembro de 2020 e reinserido no bioma em janeiro deste ano.

As aves formam a maioria dos animais atendidos no Cras, cerca de 70%. Mas atendemos todos os bichos que precisam de cuidados”, disse Aline. Os animais mais raros tratados na unidade foram a onça pintada e o lobo-guará.

“É um desafio diário, pois temos uma fauna muito rica, que exige conhecimento das mais diversas espécies. Papagaios filhotes, por exemplo, precisam de alimentação de três em três horas”, contou. Para ela, o novo hospital vai dar mais agilidade no restabelecimento do animal, antes de reabilitá-lo e devolvê-lo à natureza.

Informações da Assessoria