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Cuidados com intoxicação infantil devem ser redobrados em período de férias

Os casos mais comuns registrados pelo Civitox são de intoxicações por animais peçonhentos, medicamentos, agrotóxicos e ingestão de produtos de limpeza

Época de férias escolares pode se tornar um período de preocupações dobro para as famílias que têm filhos pequenos em casa. Os casos mais comuns registrados pelo Centro Integrado de Vigilância Toxicológica (Civitox) são de intoxicações por animais peçonhentos, medicamentos, agrotóxicos e ingestão de produtos de limpeza.
 
O alerta é da coordenadora de vigilância em saúde ambiental, Mônica Tischer. Ela explica que a ingestão de produtos de limpeza e desinfetantes é mais comum em crianças com idade até quatro anos. “Estes produtos são muito coloridos e em alguns casos são colocados em recipientes semelhantes aos de refrigerante ou sucos, aguçando o desejo das crianças e equiparando-os aos frascos de produtos conhecidos e apreciados por elas”, relata Mônica.
 
Segundo levantamento realizado pelo Civitox, até o mês de outubro, foram registrados 92 casos de intoxicações por produtos sanitários. Mônica ressalta que a falta de cuidados com o armazenamento adequado é a principal causa das ingestões. Segundo ela estes produtos devem ficar guardados em local seguro e longe do alcance das crianças. “A falta de cuidados dos pais que deixam os recipientes de baixo da pia ou do tanque e em armários baixos, contribui já que as crianças não têm noção do perigo. Os pequenos são curiosos, acabam tomando porque a cor é bonita, o cheiro é agradável e em alguns casos o gosto é bom”.
 
Os medicamentos também são considerados agentes tóxicos, se ingeridos de forma indevida. De acordo com a coordenadora da vigilância em saúde ambiental a aparência é o principal fator de risco para ingestão dos remédios. “O aspecto de alguns comprimidos é muito semelhante ao de balas e doces e os xaropes, por sua vez, para facilitar e estimular a ingestão prescrita por um profissional, são adocicados. Fatores que incentivam as crianças a tomarem de forma indevida estes medicamentos, sem o conhecimento dos adultos”, completa a coordenadora.
 
Intoxicações
 
Os números de intoxicações em 2011 ainda não foram fechados, mas até o mês de outubro foram 415 notificações. Os maiores registros de intoxicação foram ingestão medicamentosa (135 casos); ingestão de domissanitários – produtos de limpeza – (92 casos); picadas de animais peçonhentos (67 casos); ingestão de agrotóxicos domésticos (26 casos), entre outros de menor quantidade.
 
De acordo com Flávia Luiza Lopes, farmacêutica do Civitox, os cuidados com intoxicação medicamentosa devem ser redobrados, as ocorrências dos últimos meses registram cerca de 340 casos. “É preciso colocar os medicamentos em locais altos e trancados, de preferência. Nada de acondicionar remédios no armário do banheiro, dentro de bolsas ou em locais de fácil acesso as crianças ou até mesmo em lugares que elas possam alcançar com ajuda de cadeiras”, enfatizou a farmacêutica.
 
Recomendações importantes
 
 A Civitox recomenda alguns procedimentos que a população deve tomar principalmente no caso de intoxicação por ingestão de qualquer substância. “É importantíssimo que não se tome nenhuma medida caseira, dar leite, água em demasia ou induzir ao vômito. A pessoa que ingeriu a substância deve ser encaminhada imediatamente, até uma unidade de saúde mais próxima da residência, para receber o socorro adequado. Existe ainda um serviço de atendimento do Civitox para receber as primeiras orientações”, concluiu a coordenadora de vigilância em saúde ambiental, Mônica Tischer.
 
Em casos de dúvida ou para obter mais informações a população pode ligar para o Civitox no telefone 0800 722 6001.