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Gravidez precoce é problema de saúde pública e social, avalia ginecologista

Três Lagoas contabilizou 80 adolescentes grávidas em 2018; apesar de o número gerar alerta à saúde, o índice já foi ainda maior

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O índice de adolescentes grávidas em Três Lagoas no ano passado chegou em 80 garotas. O número é alarmante e considerado alto, mas apesar disso, já foi ainda maior. Em 2010, foram 125 jovens com idade entre 10 e 20 anos que engravidaram no município, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde. A redução ao longo dos oito anos veio após trabalhos desenvolvidos dentro e fora das escolas com o projeto “Previna – Prevenção de Gravidez na Adolescência”, liderado pelas secretarias de Educação, Saúde e Assistência Social. "Mesmo assim, a realidade, especialmente, na região periférica da cidade, é de que a vida sexual dessas garotas está iniciando mais cedo do que ideal, além de não se previnirem", aponta a ginecologista Larissa Ferraz.

Na avaliação da especialista, que atende em uma unidade de saúde de Três Lagoas, a gravidez precoce é de alto risco e com chances de complicações devido à idade. "O pré-natal quando feito corretamente pode-se evitar as doenças obstetras comuns, como hipertensão, diabetes gestacional, anemia, trabalho de parto prematuro, por exemplo. O que, na minha opinião, é necessário, é mais diálogo com esses jovens", disse.

O QUE FALTA
"Falta trabalho de conscientização, falta instrução dentro de casa e nas escolas. Falar sobre sexo com os nossos filhos não significa que estamos estimulando a iniciar a vida sexual precocemente. Ao contrário, estamos instruindo e orientando, principalmente, quando falamos que antes de arrumar um namorado, é necessário outras conquistas pessoais e sobre os métodos contraceptivos", avalia. 

RISCOS
De acordo com a ginecologista, tanto a gestação precoce quanto a tardia são de alto risco, por conta dos extremos de idade da grávida. Os principais riscos da gravidez na adolescência são: pré-eclâmpsia e eclâmpsia; parto prematuro; bebê com baixo peso ou subnutrido; complicações no parto, que pode levar à uma cesária; infecção urinária ou vaginal; aborto espontâneo; alterações no desenvolvimento do bebê; má formação fetal e anemia. Além disso, a gravidez na adolescência aumenta o risco de óbito da gestante, além do risco de depressão pós-parto e rejeição ao bebê.

Problemas emocionais também podem ser desencadeados entre as adolescentes gestantes. "São meninas, despreparadas para gestarem uma criança".

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