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Mesmo com alta de casos, Marquinhos decide flexibilizar decretos novamente

O número de pacientes internados chegou ao maior nível desde o início da pandemia nesta semana, avisa Saúde do Estado

Campo Grande teve mais uma semana de flexibilização de decretos municipais em meio a números alarmantes de óbitos e contaminação do novo coronavírus. Desde terça-feira (1º) o toque de recolher da capital foi alterado das 23h até às 5h. O prefeito Marquinhos Trad (PSD) liberou uma hora a mais para a população circular nas ruas até o dia 15 de setembro. 

O novo regramento entrou em vigor no dia em que segundo a secretária estadual adjunta de saúde, Christine Maymone, o estado atingiu o maior número de internados por conta da Covid-19 desde o início da pandemia. A taxa de ocupação de leitos de UTI disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no estado é de 56%, mas em Campo Grande era 72%.

Agosto encerrou com 27 mortes em 24 horas, sendo 14 registradas na capital. Enquanto isso, a Prefeitura autorizou shows com até quatro artistas em bares e restaurantes e liberou jogos de futebol. A flexibilização foi justificada pela estabilidade de casos de mortes na cidade. Mesmo que esse percentual seja alto e a média móvel de casos fechando a quinta-feira (03) com 336 novos casos. Desde o começo do mês oito campo-grandenses foram a óbito por conta da doença. A metade do total das 16 mortes registradas por coronavírus em todo Estado em setembro. 

Com a chegada da pandemia em Campo Grande, o prefeito Marquinhos Trad decidiu suspender as aulas presenciais da Rede Municipal de Ensino (Reme) após os dois primeiros casos da Covid-19. Mas de lá para cá foi uma série de alterações nos decretos municipais que ganharam aval do Poder Judiciário para liberar a abertura dos estabelecimentos do mês de julho para cá, curiosamente quando os números de óbitos foram aumentando.

A escalada de flexibilização x mortes começou no dia 17 de abril, com a reabertura de comércios e academias, apesar de registrar o falecimento de dois campo-grandenses. Até o dia 26 de junho, Marquinhos Trad tinha liberado reabertura de shoppings e reduzido o toque de recolher para meia-noite. Neste dia, oito pessoas já tinham vindo a óbito pela covid-19 na capital.

O resultado da liberação refletiu 12 dias depois, no dia 8 de julho, quando já eram 28 óbitos. A decisão foi fechar tudo a partir das 20h. Ou seja, o Executivo voltou atrás para tentar reverter os resultados causados pelo avanço da doença com após ter autorizado a circulação da população. E no dia 1º de setembro, com 369 óbitos, a capital começou a ter toque de recolher às 23h e liberação para aglomerar com atividades esportivas e culturas.