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Análise

‘O ritmo de vacinação dirá quando a pandemia acabará’

Um ano de enfrentamento à pandemia da Covid-19 e ‘vida normal’ está longe de retornar

Vacinação está em ritmo desacelerado - Arquivo/JP
Vacinação está em ritmo desacelerado - Arquivo/JP

A pandemia da Covid-19 completou nesta quinta-feira (11) um ano. Em março de 2020, a Organização Mundial da Saúde elevou de epidemia à pandemia devido ao poder de rápida transmissão. Desde então, 365 dias se passaram e o controle do novo Coronavírus parece estar cada dia mais distante. Na avaliação do médico da rede pública de saúde de Três Lagoas, Vinícius Neves, o enfrentamento à Covid-19 só será eficiente quando a maior parte da população estiver vacinada.

“Alguns países já discutem a retomada do que estávamos acostumados até 2019, como é o caso de Israel. O Brasil, no entanto, está bem distante disso. É o ritmo da vacinação que vai nos dizer quando a pandemia estará próxima do fim. É pouco palpável prever isso, por enquanto”, analisa.

De acordo com o médico, o Brasil enfrenta, agora, o pior momento da história da pandemia da Covid-19. Isso porque, mesmo com o desenvolvimento de várias vacinas e do início da campanha de imunização, o país está em um ritmo lento. “Sabemos que falta matéria-prima e a demanda é maior que a oferta. Mas enquanto não houver uma boa cobertura vacinal, os hospitais continuarão lotados. Outro ponto que agrava o período que atravessamos é o surgimento das novas variantes do Coronavírus. Há caso confirmado em Mato Grosso do Sul e, em menos de um mês, a nova cepa já deverá estar circulando por todo o país. Para piorar, o negacionismo e a falta de adesão às recomendações que fazemos desde o início do ano passado estão, cada dia mais, sendo deixadas de lado”, avalia.

Segundo Neves, a ciência ainda não chegou a um medicamento capaz de prevenir à Covid-19. O tratamento é feito com base em medicamentos que combatem os sintomas. “Não tem remédio preventivo. Nem mesmo a vacina deixa a pessoa imune da contaminação. A única prevenção existente é o distanciamento físico com o uso da máscara. Já sabemos que a contaminação ocorre por vias aéreas, então, é de pessoas próximas que o vírus gosta. Quanto mais distante você está de outra pessoa, mais protegido fica. Se usar a máscara, melhor ainda. Porque o acessório serve de barreira e de filtro, impedindo que as gotículas carregadas de vírus cheguem até sua boca e nariz. Mas, infelizmente, não é a conduta que vemos por aí. Nesse um ano, o que vemos são pacientes internados e familiares arrependidos de terem feito aglomerações”.

A pandemia da Covid-19 já tirou a vida de mais de 270 mil pessoas no Brasil. Em Três Lagoas, 89 moradores perderam suas vidas.