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Paraíba terá o primeiro banco de olhos

Até 2008, a Paraíba não tinha um banco de olhos próprio

O Ministério da Saúde, por meio do Sistema Nacional de Transplantes, autorizou o funcionamento do primeiro Banco de Tecido Ocular Humano (banco de olhos) na Paraíba. De acordo com a portaria publicada em 19 de fevereiro, no Diário Oficial da União, o banco de olhos ficará dentro do Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, em João Pessoa, e atenderá toda a comunidade, além de outros estados que ainda não oferecem esse tipo de serviço. Atualmente, a Paraíba conta com nove estabelecimentos de saúde e 18 equipes médicas autorizadas a realizar transplantes de córnea.

Até 2008, a Paraíba não tinha um banco de olhos próprio e as córneas captadas eram enviadas para estados mais próximos, como Rio Grande do Norte e Pernambuco. Por isso, a espera por uma córnea era maior, pois havia a necessidade de aguardar o processamento e a liberação das córneas enviadas aos outros bancos de olhos.

Para a coordenação do Sistema Nacional de Transplantes, a autorização do banco de olhos na Paraíba deve causar uma redução no tempo de espera por uma córnea. Hoje a lista de espera na Paraíba conta com 76 pacientes inscritos a espera de um transplante. Além disso, o banco deve estimular a doação e a captação de córneas, contribuindo para um atendimento mais adequado.

DADOS – O Ministério da Saúde (MS) realizou 19.125 transplantes entre janeiro e dezembro de 2008 – o que representa crescimento de cerca de 10% no número de procedimentos em relação a 2007, quando foram feitos 17.428 transplantes. Só na Paraíba, foram realizados 152 transplantes, dois quais 135 foram transplantes de córnea. O aumento no número geral de transplantes realizados no Brasil se deve a uma série de fatores, entre eles, as campanhas de sensibilização feitas pelo MS, a elevação no número de doadores vivos e a melhora na captação nacional de órgãos, com o apoio de um número maior de famílias que passaram a autorizar doações. Hoje, existem Centrais de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos em 24 estados e no Distrito Federal.

O Brasil tem o maior programa público de transplantes de órgãos e tecidos do mundo. Cerca de 95% dos transplantes são realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que também subsidia todos os medicamentos imunossupressores para os pacientes. A agilidade nos transplantes depende de vários fatores, como um diagnóstico rápido de morte encefálica, uma captação eficiente, maior compatibilidade entre doador e receptor, além do número de pacientes em lista de espera. Por esse motivo é tão importante aumentar o número de doadores.