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Risco de pegar gripe é menor neste ano mesmo para quem ignorou vacina

Grávidas, jovens e crianças que não tomaram a dose devem redobrar precaução

As pessoas que não tomaram a vacina contra a gripe A (H1N1), a popular suína, têm menos chance de contrair a doença neste ano do que no ano passado, quando a doença se disseminou mundo afora, em razão da vacina e do número de indivíduos que já tiveram a doença, de acordo com os médicos consultados pelo R7.

Só em 2010, 67,8 milhões de pessoas se vacinaram contra a gripe A em todo o país, fora as 540 pessoas que tiveram a doença neste ano e as 46.100 que contraíram a doença em 2009 – supostamente, todas estão imunizadas.

Tire suas dúvidas sobre a vacina.

Com menos pessoas doentes à vista, o vírus tem mais dificuldade de circular "porque tem pouca gente suscetível e o vírus passa de pessoa para pessoa", diz o infectologista Celso Granato, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

– Mesmo quem não foi vacinado tem uma chance muito menor de pegar a gripe porque terá muito menos gente doente.

A chance de uma epidemia como a do ano passado ou maior só seria possível, segundo Granato, se vírus sofresse uma mutação, o que não ocorreu, de acordo com o médico.

Grávidas, jovens e crianças devem manter cuidados

No entanto, a boa notícia não deve significar falta de precaução, principalmente entre grávidas, jovens de 20 a 29 anos e crianças pequenas, faixas etárias mais suscetíveis a desenvolver o tipo mais grave da gripe A. Tanto que esses grupos foram escolhidos pela campanha de vacinação gratuita do governo, que acaba nesta quarta-feira (2). Portanto, aquelas pessoas que fazem parte desses grupos e não se vacinaram têm de tomar tanto cuidado quanto no ano passado, explica a infectologista Nancy Bellei, da Unifesp.

–  As pessoas dos grupos de risco que não foram vacinadas têm mais chance de sofrer com a doença. Mas, no geral, quem não tomou a vacina, independente da idade, tem a mesma chance de pegar a doença se não se cuidar.

A infectologista oriente a todos, com especial cuidado aos grupos contemplados pelo governo, a evitar grandes aglomerações, principalmente no inverno, e tomar cuidados de higiene, como lavar as mãos, e ficar longe de pessoas que estão resfriadas. O cuidado deve ser redobrado com as crianças que não foram vacinadas, já que elas costumam manter contato muito próximo com outras crianças, compartilhando brinquedos e objetos.

Como nem sempre é fácil se manter longe de multidões, principalmente para quem vive em grandes cidades, Nancy diz que a vacinação ainda é ainda melhor maneira de evitar a gripe suína.

Laboratórios privados não têm mais vacina

Para quem não pode se vacinar pela rede pública, uma alternativa é pagar pela dose em laboratórios privados. Em São Paulo, a procura pelas vacinas nos laboratórios Delboni Auriemo e Lavosier fez acabar os estoques.

Ao R7, a Dasa (empresa responsável pelos laboratórios) disse que não há previsão para repor as doses. O laboratório Fleury, que havia informado interesse em vender a vacina, voltou atrás e disse em comunicado que não há prazo determinado para o começo da comercialização.

A poucos dias do fim da campanha nacional de vacinação contra a gripe A, o Ministério da Saúde espera imunizar 72 milhões de pessoas. Caso não chegue a esse número, o órgão não informou o que fará com o possível excedente de doses até porque, segundo o ministério, não há mais vacinas em poder da União. Todas estão estocadas nos postos de saúde das cidades e municípios. Não há informações também sobre um possível recolhimento destas doses ou da permanência nos postos à disposição da população.