Está prevista para ser iniciada neste mês mais uma edição da “Operação Cidade Limpa”, cujo principal objetivo é eliminar os focos do vetor transmissor da dengue. O trabalho de limpeza visa contribuir com as ações realizadas pela Secretaria Municipal de Saúde para evitar que Três Lagoas volte a ter uma epidemia de dengue.
Até o último dia 29, a Secretaria de Saúde já havia registrado 450 casos suspeitos de dengue em Três Lagoas. Destes, 70 já foram confirmados como positivos. Os dados foram repassados pela coordenadora do Departamento de Vigilância em Saúde, Neide Yuki e pela diretora do Departamento de Saúde Coletiva, Ludmila do Valle, que participaram na manhã de ontem do programa RCN Notícias da Rádio Cultura FM (106,5 MHz).
Durante o programa, Neide informou que o último Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (Lira) mostrou que Três Lagoas vive momento de alerta, pois tem alto índice de infestação do mosquito. “É por isso que estamos intensificando o trabalho no combate ao mosquito, a fim de evitar outra epidemia de dengue na cidade”, destacou.
A coordenadora ressaltou que os trabalhos têm que ser intensificados nessa época das chuvas, período em que o aumento do acúmulo de água e as altas temperaturas geram o ambiente ideal para a proliferação do vetor do mosquito. “É mais fácil combater o vetor do que o mosquito já adulto”, informou. Nesta semana, por exemplo, os agentes de endemias realizaram uma ação na região da Esplanada da NOB, onde foram tapados com areia alguns buracos existentes nos troncos das árvores. “Nesses locais, acumula-se água da chuva”, explicou. Na fase adulta, um único mosquito é capaz de picar 300 pessoas.
RAIO-X
O bairro com maior incidência de casos de dengue é o Nossa Senhora Aparecida. Ele é seguido pelo Santa Rita. Entretanto, a doença já se espalhou. Em todos os bairros da cidade há, pelo menos, um caso confirmado, explicou Neide. Conforme Lira, a maioria dos focos de dengue está localizada nos quintais das residências. Para combater esse problema, agentes de saúde e de endemias visitam diariamente os imóveis e orientam os moradores sobre como proceder no manejo do quintal para evitar criadouros do mosquito. Contudo, a diretora ressalta: “Não adianta a Prefeitura fazer a sua parte, se o morador não fizer a dele. São medidas de rotina que precisam ser adotadas pela população. Precisamos de uma mudança de hábito”, frisou.
A grande preocupação da Secretaria de Saúde é que o vírus da dengue do tipo 4 possa estar circulando no município. Até o momento, não foi registrado nenhum caso desse tipo no Estado. “Mas esse vírus já está circulando nos estados vizinhos”, salientou Neide. Ontem, o Rio de Janeiro confirmou a existência do vírus desse tipo – seis casos de dengue tipo 4 foram confirmados na capital fluminense. Estados como Minas Gerais e São Paulo também já registraram a doença.
