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Editorial

A segunda primeira onda

Confira o Editoria do Jornal do Povo, na edição deste sábado

Tem sido recorrente, porém, diante da costumeira leniência com que algo de tão grave tem sido tratado, não há outro precedente.
É tão gritante a necessidade de providências imediatas e firmes na retomada do combate à pandemia que, não raramente, se tem tratado o crescimento do número de casos, internações e óbitos como uma segunda onda de contaminações.

Engano. Não há segunda onda quando a primeira não passou. A sensação, contudo, de que se vive um segundo momento deve-se ao fato de que, a partir de setembro e sobretudo depois quando sopraram mais fortes os ventos eleitorais a flexibilização (para usar o termo igualmente usual), viveu-se de fato como se tudo  tivesse passado.

O surgimento de novos e graves casos mostra que era uma sensação. O que estava ocorrendo na verdade era um novo surto de contaminação, cujos resultados surgem agora com o crescimento exponencial de casos e seus desdobramentos.

O “liberou geral” está cobrando seu preço. A falta de coragem para manter o isolamento nos niveis recomendados esta sendo trazudiza em estatísticas crueis. E se o silêncio das providências continuar, tudo só piora.