A partir da próxima semana, aqueles que, por ventura, enfrentarem problemas de falta de moradia, terão onde ficar temporariamente. Na segunda-feira (16), às 19 horas, será inaugurado em Três Lagoas o Albergue Municipal, instituição ligada diretamente á Secretaria de Assistência Social.
De acordo com a secretária, Maria Lúcia Firmino, o espaço – situado no cruzamento das ruas Paranaíba e Julio Mancini (próximo ao Hospital Nossa Senhora Auxiliadora) terá capacidade para abrigar 34 pessoas, sendo 17 homens e 17 homens, e visa atender às necessidades de uma “nova Três Lagoas”, que surgiu graças ao desenvolvimento. No entanto, frisa que o Albergue é destinado à permanência passageira de pessoas carentes.
“É importante que todos saibam que o Albergue é um local de passagem, destinado à aqueles que, por exemplo, foram roubados, ou migrantes que chegaram à Três Lagoas em busca de melhores condições de vida e, por vários motivos, não conseguiram, e não para a população de rua. Esta é uma outra situação, que também já vem sendo trabalhada pela Assistência. Lá [Albergue] será uma casa de passagem”, reforça.
Maria Lúcia explica que, por conta deste objetivo, o tempo de permanência na instituição será de três a cinco dias, no máximo. Durante este período, a assistente social, lotada no Albergue, irá atuar para solucionar o problema do abrigado, independente de qual seja. “Não trabalhamos com motivo, mas com permanência. O motivo da procura do abrigado não vem ao caso. O nosso objetivo é acolher esta pessoa que enfrenta problemas. Frisando que esta ‘pessoa’ não é um morador de rua, é um cidadão que está enfrentando algum problema”, disse.
DESENVOLVIMENTO
Para Maria Lúcia, a iniciativa visa reduzir as possíveis reações negativas vindas com o desenvolvimento, principalmente as questões sociais. Os “pontos negativos” citados pela secretária são referentes, principalmente, ao processo migratório.
Depois do conhecido “boom” econômico, o Município foi incluído de vez no cenário nacional como uma cidade em prosperidade. Porém, com isto, acabam atraindo migrantes em busca de melhores condições de vida, mas nem sempre o sonho se concretiza. “Hoje, Três Lagoas está em expansão e isto não vai mudar. Uma indústria atrai a outra e assim vai, não há volta. Com isto, muitas pessoas vêem a cidade como uma chance de emprego, de melhorar de vida, mas nem sempre, conseguem. O objetivo do Albergue é não deixar que o Município seja pego de surpresa. Temos que estar preparados para estes problemas”, disse.
Em relação aos migrantes, especificamente, um dos comprometimentos da Assistência Social é providenciar, caso seja necessário, meios para que ele possa retornar à sua cidade de origem.
Atualmente, os números em relação a este público são escassos. Mas a Secretaria de Assistência Social conta com uma estimativa de pessoas em situações vulneráveis. Pelo levantamento é possível notar um leve aumento com o passar dos anos. Conforme a Assistência, em 2004, Três Lagoas registrava uma média de 54 migrantes por mês em situação de vulnerabilidade. Já no ano passado, este mesmo índice chegou a pouco mais de 66 pessoas/mês.
No Albergue, dividido em alas feminina e masculina, o abrigado terá acesso à salas de atendimento psicossocial, dormitório, refeitório (onde serão servidas todas as refeições diárias) e higienização. Para isto, a instituição contará com uma equipe composta por assistentes sociais, psicólogos, recepcionistas, técnicos e atendentes plantonistas – pelo menos três homens e três mulheres, por plantão. A equipe ficará sob a responsabilidade de Dirceu Meneghelli, presidente da Vila Vicentina, e nomeado coordenador da instituição no ano passado, quando foi inaugurada a estrutura física do Albergue – dia 22 de dezembro.
O local irá funcionar nas instalações de uma antiga escola da rede particular de ensino. O nome do Albergue Municipal é uma homenagem ao padre Angel Adolfo Sanchez e Sanchez, que faleceu no dia 1º de março do ano passado.
