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Riscos

Animais e insetos devem ser examinados a cada seis meses

Autoridades do setor de saúde de Três Lagoas concordam que há risco de contaminação de pessoas por capivaras e carrapatos na Lagoa Maior

Apesar de divergências entre Ministério Público, Justiça e ambientalistas como Manoel Pimenta, autoridades do setor de saúde de Três Lagoas concordam que há risco de contaminação de pessoas por capivaras e carrapatos na Lagoa Maior. “O risco existe sim”, afirma Fernando Garcia, coordenador do Núcleo de Educação em Saúde – pasta subordinada à Secretaria Municipal de Saúde. 

Além dele, Cristóvão Bazan Tabox, do CCZ, e Benício da Silva, coordenador de Combate a Endemias, afirmam que o risco é maior pelo aumento da população de capivaras. E defendem o controle. “É preciso haver um estudo técnico, feito por empresa especializada em meio ambiente, para determinar esta quantidade e definir para onde os animais devem ser levados”, disse Tabox. Benício acrescenta que apenas um estudo veterinário pode definir a remoção dos animais para outro local.

As três autoridades também concordam que animais e insetos devem ser examinados duas vezes por ano. “É preciso coletar sangue para exame sorológico e, assim, detectar se há presença da bactéria”, disse Fernando Garcia.

“Uma capivara apenas, contaminada, será grande risco para toda a cidade”, alerta Cristóvão Tabox.

DEFINIÇÕES

A semelhança de opiniões dos técnicos contraria planos em andamento na Secretaria de Meio Ambiente.  O secretário da pasta, Jurandir “Nuna” Viana, disse que o local de mudança dos bichos já está definido – o Parque do Pombo – e que isto irá ocorrer apenas na terceira etapa do manejo da Lagoa Maior. 

Antes, haverá a assinatura do decreto de reconhecimento das lagoas menores como “monumentos naturais” – a Lagoa Maior foi retirada da classificação e será reconhecida apenas como “zona de amortecimento” devido à urbanização do entorno. “Não é mais possível classificar a Lagoa Maior como monumento porque muita coisa já foi construída ao redor”, disse Nuna, em contraste à opinião de Manoel Pimenta. “Isso é absurdo”, dispara o ambientalista.

Depois, a secretaria vai investir parte dos R$ 2,4 milhões obtidos como compensação ambiental pela instalação da termelétrica da Petrobras no custeio de exames e retirada de animais da Lagoa Maior.