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Três Lagoas

Ao contrário de MS, hepatites B e C reduzem

Coordenadora do DST-Aids liga crescimento de casos no Estado ao aumento de exames feitos

Ao contrário do que vem ocorrendo no restante de Mato Grosso do Sul, os casos de hepatite virais tipos B e C – altamente transmissíveis – vem diminuindo em Três Lagoas. Na semana passada, a Secretaria Estadual de Saúde divulgou um aumento de
22% nos casos de 2007 para 2008. De acordo com um levantamento, no ano passado foram 555 casos notificados da doença – de todos os tipos -, contra 453 registrados em 2007.
Já em Três Lagoas, o quadro aponta justamente o contrário. Após o pico da doença, em 2006 e 2007, os índices de casos confirmados tiveram uma queda considerável. Dados da Vigilância Epidemiológica do Município apontam que em 2007, o Município teve 67 casos de hepatite A (tipo mais comum da doença), 30 B e 22 casos da hepatite C confirmados. No ano passado, os números caíram para 4 casos tipo A, 11 tipo B e 17 tipo C. Neste ano, a Secretaria Municipal de Saúde notificou quatro casos da doença. Todos aguardam resultado.
Mesmo com a redução no Município, a coordenadora do Programa Municipal DST-Aids, Alexandra Nunes, faz uma ligação do aumento de casos no Estado ao crescimento de exames realizados na sociedade sul-mato-grossense. “Antes, os exames de hepatite eram feitos apenas quando o paciente apresentava sintomas. Porém, no caso da hepatite B, por exemplo, são raros os casos sintomáticos. Na maioria das vezes, o paciente alcança a cura sem recorrer a um médico. O que acontece é que hoje, juntamente com outros exames preventivos, os de hepatite também vêm sendo feitos de maneira indiscriminada”. Na hepatite B, a cada 100 pessoas contaminadas, 95 conseguem cura sem tratamento. Exatamente ao contrário da C, tipo mais grave da doença, em que apenas 15% dos pacientes alcançam a cura, mesmo em tratamento.

TRANSMISSÃO

A hepatite B, mais comum, é transmitida pelo sangue e pela relação sexual. Já a tipo C tem transmissão sanguínea. Sem tratamento precoce, ambas podem se tornar ofensivas, provocando lesões no fígado, cirrose e até mesmo câncer. Além disso, hoje sua transmissibilidade é 30 vezes maior do que o vírus HIV.
Por conta desse grau de contaminação, os cuidados em salões de beleza ou em manicuras, por exemplo, são essenciais. Embora não haja propensão maior ou menor por gênero ao risco de infecção, as mulheres costumam estar mais expostas devido aos hábitos para manter a boa aparência.
De acordo com Alexandra, o ideal, para evitar a contaminação, é que as mulheres utilizem sempre material próprio. “Desde o alicatinho a lixas de unhas e esmalte. Por exemplo, se o esmalte toca no sangue contaminado e retorna ao vidro, todos que o utilizarem poderão pegar a doença, além de fungos, micoses e outros. O mesmo vale para todos os outros instrumentos”, alerta. O mesmo cuidado também vale para a cera de depilação, que mesmo exposta a altas temperaturas, ainda é capaz de manter o vírus, resistente bem à temperatura da cera, entre 38ºC e 40ºC.