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Três Lagoas

Audiência debate impacto de nova fábrica de celulose

Fiscais vão apresentar o relatório sobre os investimentos previstos da Florestal em Três Lagoas

Acontece hoje audiência pública para discutir o Relatório de Impacto Ambiental da fábrica de celulose que será construída em Três Lagoas, pela Florestal Investimentos S/A. O secretário de Meio Ambiente, Cristovam Lages Canela, explicou que sem a presença da sociedade questionando e discutindo o processo não se legitima. “A audiência é uma exigência legal para que o investimento possa sem implantado na cidade. É um empreendimento importante, agora se é viável ou não, cabe a sociedade decidir na audiência”, ressalta o secretário.

A audiência será realizada às 19h, no às 19 horas, no Centro de Eventos Leiloado, localizado na BR-262, quilômetro 11. Segundo o governador André Puccinelli, o empreendimento representa investimento de R$ 1,5 bilhão e deve gerar cerca de 8 mil empregos na construção do complexo industrial e cerca de 2 mil quando a fábrica estiver produzindo. O Jornal do Povo tentou durante três semanas entrar em contato com o empresário Mário Celso Lopes, um dos proprietários da Florestal, para verificar detalhes do emprendimento, mas ele não deu retorno.

A única informação pública sobre a nova fábrica de celulose foi obtida através do edital sobre a audiência pública. De acordo com que foi publicado,   técnicos da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, das Cidades, do Planejamento, da Ciência e Tecnologia (Semac) é que irão apresentar os estudos envolvendo toda a estrutura do complexo industrial.

No documento, batizado de projeto Eldorado, o órgão informa que a indústria será construída em uma área situada no km 231 da BR-158, entre Três Lagoas e Selvíria. Conforme foi detalhado no edital, no local  será construído ramal ferroviário interno, cais de atracação para barcaças, posto de combustível e linha de transmissão de alta tensão.

De acordo com o governador André Puccinelli, além da pendência dos aspectos ambientais, o projeto Eldorado para sair do papel ainda depende de financiamento que está sendo negociado junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES).

O Jornal do Povo teve acesso a uma ata da Assembléia Geral da Florestal, realizada em abril de 2008. De acordo com o documento, além de Mário Celso Lopes, figuram como membros do Conselho de Administração do grupo, Joesley Mendonça Batista, José Batista Sobrinho e o ex-ministro Marcus Vinicius Pratini de Moraes.

Recentemente, foi formalizada sociedade dos dois maiores fundos de pensão do País: Fundação dos Funcionários da Caixa Econômica Federal (Funcef) e Petros (Petrobras) e o  grupo controlador da JBS-Friboi e MCL Empreendimentos, de Andradina (SP) na constituição da Florestal Investimentos Florestais. De acordo com a ata, a MCL é representada por Márcio Celso e a JBS e J & F Participações,  representada por José Batista Sobrinho.

Com a nova razão social, o grupo, deve passar de 400 funcionários para dois mil empregos diretos e quatro mil indiretos. A previsão é que a Florestal tenha responsabilidade sobre uma área de 400 mil hectares, envolvendo terras em Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.

Destes, 152 mil hectares serão destinados para reserva legal e áreas de preservação permanente.