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Três Lagoas

Baderna de alunos prejudica comércio

Ao saírem do colégio, os alunos tomam praticamente a rua toda

“Eles brigam, explodem bombas, batem o portão; perturbam demais”. “Não têm o menor respeito, fazem buzinaço com as bicicletas; correrias, proferem palavras obscenas e podem até estar usando bebidas alcoólicas e drogas”. As frases adveem da indignação da vizinhança da Escola Estadual Afonso Pena, principalmente donos de comércios, residências e até da direção de uma creche, localizados na rua João Carrato próximo da avenida Capitão Olintho Mancini, no centro da cidade. O motivo: a baderna dos jovens estudantes, principalmente quando deixam o colégio.


Segundo a comerciante Jandira Berlini Moretti, que tem uma loja em frente ao portão de saída da escola, na João Carrato, ao ler a reportagem sobre o problema também registrado na escola Jomap (divulgada na página 2 da edição do JP do dia 1º deste), ela teve a idéia de também expor o que está acontecendo na Afonso Pena.

Jandira enviou um fax à redação, reclamando que os alunos da referida escola “ficam próximos às empresas, atrapalhando o dia a dia dos funcionários, inclusive despertando o sono das crianças da Creche Clementina Carrato; não são todos é claro, mas uma boa parte fica em frente ao colégio, sem nada ter o que fazer; melhor seria se fossem para suas casas”.


Jandira segue em sua narrativa: “brigas acontecem constantemente, além casais de namorados sem o menor respeito provocando a indignação dos transeuntes e pais que vêm buscar seus filhos na escola ou na creche”.


Tal afirmação conta com o mesmo posicionamento da diretora da creche, Maria das Graças Matias dos Santos. “Perturbam e muito. O ônibus demora e eles ficam aprontando; batem o portão da escola, brigam, explodem bombas – é um transtorno. E isso acontece há anos”, comentou ontem (14) à reportagem do Jornal do Povo a diretora. Para ela, “está faltando uma ocupação para essa garotada; precisam trabalhar para ocupar o tempo”.


Diz a diretora que há algum tempo atrás, as paredes da creche eram pixadas. “A gente tem que sair todos os dias daqui e pedir que eles parem com a baderna”, disse.

VANDALISMO

A comerciante Jandira colocou ainda que, “em tempos de festas juninas, bombas voam pelos ares dentro da escola e nas ruas, atingindo carros e transeuntes que por ali passam.

Outras vezes, pedras saem como balas perdidas, atingindo vidraças de casas e comércios em frente”. Conforme ela, em outras ocasiões, “eles desligam o relógio de energia elétrica de uma lojinha na esquina com a Capitão Olintho Mancini, irritando o proprietário que tem problemas sérios de saúde”.


Ao final, Jandira observou que “várias vezes a polícia foi acionada, mas nada resolveu, pois após as viaturas se retirarem do local, voltam os problemas”. Ela finaliza, questionando: “que futuro terão esses jovens?”.


Ontem, perto das 11hs, a reportagem esteve no local, conferindo os fatos. Ao saírem do colégio, os alunos tomam praticamente a rua toda. Por conta do trecho curto da rua, as filas duplas também são inevitáveis. Inclusive, ônibus escolares.


Foi percebido também que muitos adolescentes, sem uniforme da escola, esperam a “abertura do portão”. “Será que são alunos ou vândalos que querem aprontar?”, pergunta Jandira.