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Três Lagoas

Bancários cruzam os braços e agências são fechadas

A greve teve mais de 90% de adesão, apenas o Banco do Brasil permaneceu aberto ontem

Os clientes que tiveram de ir ao banco em busca de atendimento no caixa ontem (24) encontraram as portas fechadas em boa parte das agências bancárias da Cidade. Teve início nesta quinta-feira (24) o movimento grevista referente à Campanha Nacional dos Bancários de 2009.

Segundo a presidente do Sindicato dos Bancários da Cidade, Thelma Regina Gomes Rocha Canisso, a adesão foi aprovada pela maioria que participou da Assembléia Geral, realizada no início da noite de quarta-feira (23). Ao todo, 52 pessoas participaram da reunião.

“Pela manhã, quase todas as agências estavam com o serviço de atendimento ao cliente suspenso. Apenas o Banco do Brasil não aderiu ao movimento, mas já existe a possibilidade de esta situação mude ainda hoje. À medida que a greve vai crescendo em todo o País, mais agências vão aderindo”, explicou. O funcionamento nos caixas eletrônicos permanece normal.

Thelma explica que na Caixa Econômica Federal (CEF) a adesão foi de 100%. Pela manhã, parte dos grevistas permaneceu dentro das agências em que atuam, porém de braços cruzados. Enquanto isso, a maioria percorreu as portas dos bancos para prestar esclarecimentos à população. Faixas e cartazes também foram anexados nas portas das agências em que há greve.

“A população está reagindo bem ao movimento. Até mesmo porque, algumas reivindicações são para benefícios dos próprios clientes, como a contratação de mais funcionários, agilizando, assim, o atendimento ao público e a redução nas tarifas pagas pelos clientes”.

A presidente explica que o movimento grevista deste ano foi maior que do ano passado. “São raras as vezes que o Bradesco adere ao movimento. Em 2008, por exemplo, ele e o Banco do Brasil não fecharam”, disse.

REIVINDICAÇÕES

Conforme Thelma, entre as principais reivindicações da classe, estão: 10% de reajuste salarial, aumento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), valorização do piso, garantia de emprego, fim de metas abusivas, auxílio educação para todos os bancários e beneficio de seis meses de licença maternidade. “Neste último, houve um acordo. Os bancos aceitaram estender o prazo desde que o governo mantenha o benefício. Mas foi só isto”, completou.

A presidente informou ainda que a proposta dos banqueiros foi de 4,5% de reajuste, PLR com valor inferior ao ano do ano passado e redução do auxílio creche de 83 meses (quase sete anos) para 71 meses, um ano de diferença. “A redução do PLR chega a 30%. Além de não atenderem o que pedimos, estão reduzindo os direitos já conquistados”, disse.

As negociações salariais deste ano tiveram início no dia 10 de agosto, quando os bancários entregaram a minuta com reivindicações. Desde então, cinco rodadas de negociações foram realizadas. A primeira delas aconteceu no dia 27 de agosto.  Os bancários informaram que irão manter a greve até que uma contraproposta seja apresentada pelos bancos.