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Três Lagoas

Banco de Olhos de TL foi desativado há quatro anos

O médico Marco Antônio Bonini enfatiza ainda que apenas o trabalho de Campo Grande supre esta necessidade

Em Três Lagoas o Banco de Olhos foi desativado há quatro anos. “Tivemos que fechar devido às exigências feitas pela Vigilância Sanitária. Com tantas normas foi se tornando inviável manter um banco aqui. O custo de manutenção, de funcionários é alto e a demanda não era suficiente”.

O médico Marco Antônio Bonini enfatiza ainda que apenas o trabalho de Campo Grande supre esta necessidade. “Não precisávamos mais de um banco aqui, prova disso é que já conseguimos zerar as filas de transplante em todo o Estado. Inclusive é possível enviar córneas a outros Estados”.

Antigamente, para conseguir um transplante a pessoa ficava de um a dois anos na fila de espera. De acordo com Bonini Três Lagoas não perdeu nada com o fechamento do Banco de Olhos e continua sendo referência no tratamento.

 “Fico feliz em ver que há pessoas especializadas trabalhando para conseguir as doações. A central foi criada em agosto de 1999 e desde então o banco da cidade começou a ser desativado”.

Para o oftalmologista, não há necessidade de ter um centro em cada cidade. “Apenas uma central foi capaz de atender nossas necessidades, não compensaria ter um centro aqui, já que o fluxo seria baixo”.

“É uma bola de neve. Quanto mais gente doa, mais pessoas interessadas aparecem para doar. As pessoas querem ver algo vivo de um ente querido fazendo a diferença na vida de outra pessoa”, afirma ao médico.

TRANSPLANTES

O médico explica que após receber uma doação, o olho é retirado e passa por uma série de exames. “Nós verificamos todo o olho, fazemos exames, coletamos sangue, além de verificarmos a existência de doenças como AIDS, hepatites, entre outras”.

Dos transplantes, as córneas são as que menos tem rejeição por serem avasculares. Após o cirurgia, o pós operatório é demorado devido a soltura. “Geralmente são 18, 20 pontos, a cirurgia é delicada, porém tranquila. Depois de 60 à 90 dias vamos retirando os pontos”.As córneas devem ser retiradas em até seis horas após a morte.  Fora do corpo, as córneas sobrevivem por até 14 dias, em líquido médico especial.