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Três Lagoas

Campanha quer resgatar ato saudável e natural

Leite materno deve ser alimento único até os seis meses de vida

Enfermeiras, médicas, dentistas, atendentes do Samu, além de funcionárias da Secretária de Saúde participaram da Campanha de Amamentação que começou no dia 1º de agosto e termina hoje. Este ano foram colocados 12 peças de outdoors espalhados por toda a cidade, com imagens de funcionários da municipalidade mostrando que já amamentaram e apóiam o ato. Com o tema "Amamentação: uma resposta vital em situações de emergências. Estamos preparados?" a campanha busca a conscientização das mães com relação a importância da amamentação e o contato imediato do bebê com a mãe ao nascer. Para fechar a campanha, A enfermeira Thais Emiliana Sales da Silva, realiza uma palestra na  Associação Comercial, às 15h. Todas as gestantes estão convidadas.

De acordo com a coordenadora da Clínica da Mulher e tutora da Rede Amamenta Brasil, Elaine Cristina Ferrari Fúrio, cada unidade de saúde trabalha de acordo com sua realidade. “As campanhas foram realizadas separadamente. Cada unidade focou em sua própria necessidade, ao invés de centralizar, segmentamos. Além das palestras, foram distribuídos panfletos, orientações sobre amamentação, além da continuidade do projeto Amamenta Brasil”.

Durante toda a semana os profissionais também realizam visitas em Centros de Educação Infantil e escolas para levar informações referentes à importância do aleitamento materno. “É preciso sensibilizar as pessoas e resgatar este ato tão humano e de extremo amor entre mãe e filho”, ressaltou.

Elaine disse ainda que a campanha visa resgatar o ato natural de amamentar, enfatizando os benefícios, tanto para mãe, quanto para o bebê. “É preciso acabar com mitos onde as mães acreditam que a amamentação provoca a queda dos seios. Ou ainda que há mães que não tem leite. Tudo isso não procede. No começo é natural que o leite saia mais aguado, a criança precisa disso, com o tempo o leite vai ficando mais consistente. Como uma mãe pode pensar que o leite de um animal é melhor que o próprio leite?”.

O colostro (leite ainda em formação, mas rico em anticorpos) é responsável pela imunização da criança e aumenta a capacidade de proteção contra infecções, principal causa da mortalidade de recém-nascidos. Depois disso, a primeira mamada também estimula a produção do leite materno e agiliza a liberação do hormônio ocitocina, que induz as contrações do útero e evita hemorragias pós-parto.

O ato de amamentar também é um beneficio para a mãe. O sangramento pós parto diminui, assim como as chances de desenvolver câncer de mama, de ovário e diabetes. A mulher que amamenta perde mais rápido o peso que ganhou durante a gravidez.

A psicóloga, Luciana Assi de Lima, explica que quando a mãe deixa de amamentar o bebê, ambos têm prejuízos. “Tudo que uma criança precisa está no leite materno. Nada substitui os anticorpos, os nutrientes e tudo de bom que há no leite. Quando a mãe começa a dar água, ou papinha achando que está ajudando, na verdade pode estar causando problemas, como cólicas”.

De acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde(OMS), os bebês devem ser alimentados com leite materno até, pelo menos, dois anos de idade, sendo o único alimento até os seis primeiros meses de vida.
O ideal é que os bebês, logo após o nascimento, sejam colocados em contato com a mãe o quanto antes, sem o mínimo de intervenções. Atos como pesar e medir devem ser feitos depois.

DOBRA O TEMPO DE AMAMENTAÇÃO

O tempo médio de aleitamento materno exclusivo no Brasil passou de 23,4 dias para 54,1 dias em nove anos, aponta a 2ª Pesquisa de Prevalência do Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras realizada pelo Ministério da Saúde.

O aleitamento não exclusivo também subiu, de 296 dias para 342 dias entre 1999 e 2008.

Apesar dos avanços, o país ainda está longe de atingir os indicadores adequados. A Organização Mundial da Saúde preconiza o aleitamento exclusivo até os seis meses de vida (180 dias) e o aleitamento parcial até os dois anos (730 dias).

O recomendado pela OMS é que o país que tenha ao menos 80% das crianças com menos de seis meses em amamentação exclusiva -o Brasil tem 41% dos bebês nessas condições.