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Três Lagoas

Caos toma conta de três bairros da Cidade

Paralisação de obra de asfalto de algumas vias, transformou várias ruas em lagoas

Moradores de três bairros de Três Lagoas estão revoltados com a situação de dezenas de ruas, que acabaram transformando-se em pequenas lagoas, devido chuvas que caíram nos últimos dias. O problema iniciou quando a prefeitura paralisou obra de pavimentação de algumas ruas da região, no início do mês passado. O que era para ser benfeitoria, acabou contribuindo para agravar a situação precária em que vivem mais de mil famílias.

A situação é tão crítica, que muitos moradores afirmam que já vêm enfrentando prejuízos em cumprir seus compromissos. Crianças deixam de ir para escolas, mães não conseguem levar seus filhos nos postos de saúde e muitos chegam a faltar serviço por conta da “barreira hídrica” formada em frente de suas residências.

Tudo começou com a paralisação do serviço de terraplanagem da rua Macapá, Conjunto Habitacional Orquídeas II, no início de julho deste ano. Com o serviço ficando pela metade, foram formadas várias “panelas” em ruas dos bairros vizinhos: o Guanabara e o Conjunto Habitacional Orquídeas I.

Ontem, para tentar amenizar a revolta dos moradores, operários da empreiteira Construcamp, que ganhou a licitação para executar o asfalto, foram até o local e cavaram uma valeta para tentar escoar a água empossada. No entanto, a solução não agradou quem vive diariamente o drama das enchentes na região.

“Isso aqui não adianta nada, a primeira chuva que cair acaba com tudo. Já que não vai ter o asfalto, que a prefeitura realize o desnivelamento da via, utilizando uma patrola”, afirma Valteir José de Oliveira de 37 anos. “Quebraram minha calçada, arrancaram minha lixeira e agora enfrento esse problema. Fomos na prefeitura, ela jogou a culpa na empreiteira. Fomos na empreiteira, ele jogou a culpa na Caixa. Queremos é solução”, afirma.

Mariana Fernandes de Souza, 45, residente na Rua Andorinha, portadora de deficiência visual, usa bicicleta especial de três rodas e reclama que está ilhada em sua casa e não consegue resolver seus problemas pessoais.

“Desde quando ganhei essa casinha enfrento esse problema. No dia que o governador teve aqui, tava tudo bonitinho. Prometeu asfalto, mas ao contrário, nossa situação piorou. Com essa chuvarada fico presa aqui. Já perdi consultas médicas. Estou lidando com pensão alimentícia e não posso resolver ir ao Fórum. Não tem como eu sair de casa”, reclama.

Vanessa Aparecida Rodrigues, 28 anos, que possui uma perna mecânica, conta que por conta desta deficiência física, não pode molhar o material que ela é feita. “Foi um sonho receber essa casa, mas agora nossa vida transformou-se num pesadelo”, compara. Ela lembra que vários portadores de necessidades especiais foram contemplados com moradias na região, mas agora estão praticamente impedidos de sair de suas casas. “Muitas crianças deixam de ir para a escola por conta desta situação. Vêm os diretores e culpam os pais de falta de irresponsabilidade, sem ter conhecimento do que estamos passando aqui no bairro”, exemplifica.

O secretário de Obras, Getúlio Neves, esclareceu que a paralisação do projeto de pavimentação de algumas ruas da região, deve-se por conta da não liberação de recursos federais. De acordo com ele, a empreiteira Construcamp chegou a gastar R$ 300 mil nas obras que foram realizadas no local.

Chegaram a ser realizadas duas medições para pagamento dos serviços realizados, mas a verba não foi liberada. De acordo com o projeto, a previsão é que fossem asfaltados cerca de 20 mil quadrados de vias, representando um investimento em torno de R$ 1 milhão.

O Jornal do Povo entrou em contato com a assessoria de imprensa da Caixa Econômica Federal para verificar porque os recursos garantidos ainda foram liberados, mas até o fechamento desta edição não houve retorno.