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Três Lagoas

Catadores de lixo decidem não aceitar os empregos oferecidos pela prefeitura

Durante reunião com os catadores eles deixaram claro que não há possibilidade de deixar o lixão

 

O futuro dos catadores de lixo de Três Lagoas está nas mãos da prefeitura. Mais um impasse surgiu na última reunião feita ontem, na Câmara Municipal. O grupo decidiu não aceitar os empregos oferecidos e vão brigar pelo direito de permanecer no lixão.


Segundo a opinião grupo os empregos oferecidos pela prefeitura são de baixa remuneração e não tem carteira assinada. “Tem quase um mês que eles tiraram a gente de lá, as contas estão aparecendo, nós precisamos comer, temos uma família dentro de casa, não sabemos mais o que fazer. Procurei o emprego oferecido, mas a remuneração não compensa, catando lixo eu ganho mais”, comentou a recicladora Eunice Nogueira.

Divino da Silva também falou da situação difícil que a família tem passado. “Sempre trabalhei com reciclagem, agora eles querem tirar a gente, estão enterrando nosso sustendo”.


Gealveth Libertato, 57 anos, diz que há 14 anos trabalha no lixão e que quer continuar lá. “Nós estamos querendo voltar para o lixão. A prefeitura nos propôs serviço, mas não é registrado, é por tempo indeterminado e além de tudo não vamos ganhar muito. Catando lixo eu ganho bem mais”, enfatizou.

PROVIDÊNCIAS

A prefeitura tentou solucionar o problema do lixo criando o aterro sanitário, mas o impasse com os catadores continua.  Segundo o assessor jurídico, Cleiton Mendes de Moraes várias reuniões já foram feitas, e a ideia era remanejá-los para outros empregos. “A prefeitura assumiu um compromisso de empregá-los para que não ficassem sem colocação, três já estão fazendo os exames. Não temos a obrigação de arrumar o que eles querem, nós temos que arrumar o emprego, se eles querem ficar ou não é uma decisão deles”, explicou o assessor.


Outro impasse está no documento mandado pelo Ministério Público, ele proíbe a coleta dos catadores no lixão, e caso eles insistam a prefeitura será ajuizada com uma ação, além claro de autuar o catador.


De acordo com o assessor, caso eles voltem a coletar no lixão, além da prefeitura a pessoa será notificada. “É uma desobediência de uma ordem, a pessoa pode ser presa. Os projetos de montar uma usina de reciclagem existem, mas são futuros.”, afirmou Moraes.


Segundo a recicladora, Eunice Nogueira, a ideia é entrar em acordo com a prefeitura e não invadir o espaço. “Se tivéssemos que invadir o espaço já teríamos feito. Nós queremos o direito de trabalhar, mesmo que a prefeita não queria montar uma cooperativa, nós vamos montar e correr atrás dos nossos direitos”.


Os catadores presentes não assinaram o documento enviado pelo Ministério Público e disseram que vão continuar na luta.


Ao final da reunião ficou decido que o assessor jurídico encaminhará a decisão a prefeitura de que os catadores não aceitam trabalhar fora do lixão. Em breve uma nova reunião deve acontecer.