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Três Lagoas

CCZ dá início à segunda fase do estudo sobre a coleira de leishmaniose

Neste ano, cerca de 260 cães com a doença foram submetidos ao sacrifício em Três Lagoas

Três Lagoas continua em alerta para a incidência da leishmaniose canina. Dados do setor de Vigilância e Saneamento comprovam que, em algumas regiões da cidade, este índice ultrapassa a margem de 10%.

Somente no primeiro bimestre deste ano, 527 cães foram submetidos ao sacrifício em consequência da doença. O total corresponde a uma média de 263,5 cães sacrificados por mês, em decorrência da comprovação da doença, seja por exames realizados pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) ou exames positivos realizados em clínicas veterinárias, ou ainda,  em animais com sintomas clínicos de leishmaniose. Conforme a diretora de Vigilância e Saneamento, Neide Yuki, a maioria desses animais apresentavam resultados positivos em períodos anteriores. Neste mesmo período, outros 75 cães foram diagnosticados com a doença em testes realizados somente pelo Centro de Zoonoses.

Neide explicou que a preocupação das autoridades sanitárias deve-se à incidência alta de leishmaniose canina preceder a infecção em humanos.

Por conta dessa constatação, neste mês de abril, o Centro de Controle de Zoonoses deu início à segunda etapa de estudo desenvolvido em parceria com o Ministério da Saúde para testar a eficácia da coleira com Deltametrina, que age no combate à leishmaniose. O estudo teve início em junho do ano passado, com a realização de testes de leishmaniose nos cachorros de duas regiões em lados extremos da cidade: região do bairro Vila Piloto e região do bairro São Carlos. Naquela época, foram realizados 1,4 mil exames de leishmaniose, sendo 814 no bairro de Guanabara e região, e 737 na região da Via Piloto. Naquela época, o índice de infestação da doença variou entre 16,5% e 17,2%, respectivamente.

Agora, os agentes do Centro de Zoonoses vão retornar a esses bairros em busca desses cães para a realização de novos exames. Neide explicou que esse processo será dividido em duas etapas. A busca por domicílios que tinham cães na etapa anterior, para verificar a saúde do animal e se o proprietário quer continuar fazendo parte do projeto. Caso a resposta seja positiva, um novo exame de leishmaniose será feito e o cão receberá uma nova coleira. A outra será a busca por novos cães. “Serão realizados dois testes diferentes para a confirmação do exame positivo, sendo um, o DPP [teste rápido] e o Elisa, ambos do laboratório Bio-manguinhos/Fiocruz.

Na etapa anterior, foram entregues 814 coleiras. Nesta nova etapa, o número pode variar conforme a população canina existente.

PESQUISA

Ao todo, a pesquisa é dividida em quatro etapas e tem duração de dois anos – intervalo de seis meses de uma etapa para outra. Para a pesquisa, o Ministério da Saúde disponibilizou aproximadamente duas mil coleiras, que deverão atender a todas as etapas do projeto.

Após apresentação dos resultados, caso seja comprovada a eficácia, o Ministério da Saúde pretende distribuir as coleiras para todos os cães do Brasil, levando em conta os municípios onde a taxa de leishmaniose é alta.

A pesquisa conta com auxílio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e um grupo de pesquisadores da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).