A situação continua caótica no bairro Vila Verde, no Conjunto Habitacional Chácara Imperial. Desde o último sábado (29), quase mil pessoas estão sem água. Na quarta-feira o Jornal do Povo abordou a situação dos moradores do conjunto que abriga 191 residências. Ontem a equipe esteve novamente na chácara para conferir se o problema tinha sido resolvido.
No local algumas casas já estão com os varais cheios de roupas. A moradora Elaine Aparecida disse que muita gente aproveitou a água da chuva que caiu durante a madrugada de sexta-feira para lavar as roupas. “A realidade aqui é bem triste. Meu varal está cheio de roupa, mas só esta assim porque de madrugada, uma duas da manhã ouvi o barulho da caixa enchendo. Aqui em casa a água voltou, mas nos vizinhos não. Tem gente vindo aqui buscar água para tomar banho. Eu aproveitei para lavar a roupa, a louça e estocar um pouco, já que não sei quanto tempo vai durar”, enfatizou.
Elaine ainda não conseguiu tomar banho, segundo a moradora a água não tem pressão suficiente para subir pelo cano até o chuveiro do banheiro. “Graças a Deus que pelo menos a descarga está funcionando, mas o banho ainda não foi possível”.
A pouca água que sai na torneira da casa de Eliana é compartilhada pelos vizinhos. Enquanto o Jornal do Povo realizava a cobertura jornalística, uma criança esteve no local para pegar um balde de água para tomar banho. “Eu ajudo como posso, mas se eu liberar muito vou acabar ficando sem. Ontem tive que pedir água para fazer o almoço. É triste”.
Rosemeire da Silva, disse que os filhos só lavaram os pés ontem graças à chuva. “Olha, é um problema que se tornou comum aqui. É um absurdo. O pessoal da Sanesul vem aqui, fica circulando com o carro e não resolve o problema. Tem uns que até riem da nossa cara, é humilhante”, desabafou.
Rosimeire lembra que a falta de água desencadeia uma série de problemas.
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“As crianças nem estão indo mais para a escola. As roupas se acumulam, a louça fica suja. Se não fosse essa chuvinha de ontem o problema estaria maior. E olha, não adianta reclamar, não resolve nada”.
A moradora também comentou a medida adotada pela Sanesul. “Eu fico me perguntando de ontem eles acharam que mandar um caminhão pipa resolve o problema. Para mim, desculpa de aleijado é muleta, a empresa fica arrumando essas desculpas. Quem quer resolve. Não adianta mandar caminhão pipa.
Olha o tanto de casa que tem aqui, o tanto de gente. Tem é que resolver o problema. Imagina, eles vão dar uma mixaria de água, porque eu penso que eles não vão liberar para lavar roupa, sem contar no transtorno de ficar carregando um monte de balde. Não estamos aqui de graça. Nós pagamos pela água, merecíamos mais respeito. Eu me questiono se eles ficariam sem água durante 15 dias”.
O gerente regional da Sanesul, Júlio Seba Bobadilha, informou que o problema só será resolvido daqui a quinze dias. “São 10, 12, no máximo 15 dias. Vamos instalar uma adutora para dar pressão á água. Inicialmente estava previsto a instalação no bairro, mas com o problema vamos colocar dentro do conjunto.
Com o aumento da pressão a situação será resolvida. Estamos esperando a chegada do material para começar a obra”. informou.
Questionado sobre as providências que a empresa tomaria durante esse período, ele informou que que mandará caminhões pipa diariamente, no período da manhã e da tarde. “Estou a procura, mas está difícil encontrar caminhão pipa na Cidade, não garanto que vá hoje [ontem]. Estamos correndo atrás. Vamos mandar a quantidade suficiente para abastecer todas as casas”.
