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Três Lagoas

Ciat recebeu 1,1 mil desempregados em junho

No mesmo período, o Ciat recebeu o total de 2,6 novos cadastros de pessoas à procura de emprego

O total de 1.123 pessoas deu entrada no seguro desemprego pelo Centro Integrado de Atendimento ao Trabalhador (Ciat) no mês de junho. O índice, conforme o diretor da instituição, Ivan José Alkmim, segue a mesma média de demissões mensais – em maio, por exemplo, foram 1.182 demissões registradas. No entanto, é o número de novos cadastros que preocupa.

Alkmim explica que no mês passado o Ciat realizou 2,6 mil novos cadastros de pessoas em busca de empregos. São quase 200 cadastros a mais em relação ao mês de maio (2.420).

 A procura por consultas também teve um leve aumento: 4,5 mil pessoas passaram pelo Ciat para verificar o surgimento de novas vagas e ver o andamento de seus cadastros. O índice corresponde a um aumento de 30%, em relação ao mesmo período do ano passado. “Quando aumenta o número de consultas, quer dizer que mais pessoas estão procurando por emprego. Porque elas passam a vir aqui com mais freqüência para ver se surgiu alguma vaga”, destacou.

Ainda em comparação ao mesmo período do ano passado, Três Lagoas também registrou uma queda de 50% no número de inserções de pessoas no mercado de trabalho. Em junho do ano passado, foram 400 colocados no mercado, contra 220 inseridos no mês passado.

Esta queda no índice de novas vagas vem ocorrendo desde o mês de fevereiro, mas já era esperada pelo CIAT. “O que vivemos em 2008 foi um fato atípico. Agora, com o término das obras da VCP [Votorantim Celulose e Papel] e IP [International Paper], é normal esta redução. Aliás, estamos retomando o ritmo normal”, completou Alkmim.

A crise financeira mundial também pode ter afetado diretamente nas contratações em Três Lagoas, principalmente no que se refere ao aumento de quadro de funcionários. No mês de maio deste ano, foram oferecidas 286 novas vagas, destas 169 foram de aumento de quadro e 37 de reposição. No mesmo período do ano passado foram 192 vagas para aumento de quadro, num total de 317 vagas oferecidas.

Entretanto, o diretor se mostrou confiante para o reaquecimento dos setores industrial e comercial de Três Lagoas. Alkmim acredita que no próximo mês o número de contratações volte a aumentar. “No início do ano, tivemos uma queda por conta da crise. Muitos empresários optaram por frear os investimentos e aguardar o desfecho da crise financeira mundial. Agora, aos poucos eles estão retomando as contratações. Já está acontecendo, neste mês tivemos mais de 100 contratações por uma única empresa”, explicou.
As contratações citadas pelo diretor são referentes a uma empresa responsável pela plantação de eucalipto. Na semana passada, a empresa contratou mais de 100 pessoas e, conforme Alkmim, a meta é para contratar 200 funcionários ao todo.

Atualmente, o Ciat conta com 48 vagas disponíveis. Entre os cargos solicitados pelas empresas estão: engenheiro civil e farmacêutico (nível superior), técnico de segurança do trabalho, vendedores e mecânicos elétricos.

Sistema Recusa já inseriu três no mercado de trabalho

Três profissionais foram recolocados no mercado de trabalho por meio do sistema recusa, do Ciat. A nova rotina dos profissionais do Ciat, implantada há dois meses, visa acabar com as recusas deliberadas de trabalhadores desempregados por novas oportunidades de emprego e intensificar o controle sobre a liberação do seguro desemprego.

De uma maneira simples, o sistema prevê suspender o seguro desemprego daquele que se recusar a tentar uma nova oportunidade de emprego. Assim que o trabalhador é demitido, ele é cadastrado no sistema. Caso surja uma vaga que se encaixe no perfil do trabalhador (mesmo salário ou mais, mesmo cargo e etc), o Ciat realiza o agendamento da entrevista. Se o trabalhador se recusar, o seguro desemprego dele é bloqueado e só será liberado novamente através de recurso junto ao Ministério Público do Trabalho.

Em Três Lagoas, o sistema começou a funcionar no dia 20 de maio. Desde então, 30 pessoas tiveram novas entrevistas agendadas. Destas, três foram recontratadas, oito estão na pendência (realizaram as entrevistas para os cargos na semana passada e aguardam a resposta das empresas) e o restante recebeu o seguro normalmente.

Para o diretor do Ciat, o saldo da nova metodologia de trabalho vem sendo positiva. “Por enquanto, não tivemos problemas com o sistema. Nenhum seguro desemprego foi bloqueado. As pessoas entenderam a proposta e estão dispostas a retornarem ao mercado rapidamente”, completou o diretor.
Assim que convocado pelo sistema para uma entrevista, o trabalhador leva consigo um formulário que deverá ser preenchido pelo empregador. Caso ele não consiga a vaga, o empregador deverá preencher os motivos. Porém, se a recusa for por parte do profissional, a justificativa dele passará por uma analise.  Segundo o diretor, no Ciat são três psicólogas apitas para este trabalho e têm poder para bloquear o seguro. “É importante frisar que, enquanto este processo acontece, o trabalhador recebe o seguro dele”.
O diretor acredita que o novo sistema facilitou o processo de recontratação para aqueles que querem trabalhar, mas é um risco para os que não querem. “Foi comprovado que é mais fácil recolocar um profissional no mercado de trabalho quando ele acabou de ser demitido. Ele ainda está no ritmo de trabalho, ainda está estimulado. Cinco meses depois, tudo isto já passou. Para se ter uma base, após 30 dias desempregado, a pessoa já começa a perder o interesse”, esclareceu.

Ele completa: “Mas é um risco enorme para aqueles que querem ficar sem trabalhar e recebendo, ou realizaram acordos com as empresas para receber o seguro. Se ele fez acordo e foi convocado, ele vai perder o direito”.

A primeira cidade de Mato Grosso do Sul a receber o novo sistema foi Campo Grande. Dez dias depois, o recusa já havia se expandido para boa parte dos municípios do Estado.