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Três Lagoas

Cidade recebe prêmio por monitoramento da Dengue

Agente de saúde, após monitorar armadilhas nas residências, repassa os dados por meio de celular

O município de Três Lagoas recebeu prêmio nacional no combate à Dengue. A premiação ocorreu ontem, em Belo Horizonte (MG), no auditório do Campus Pampula da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A secretária de Saúde, Elenir Neves, representou a administração municipal, recebendo o prêmio pelo projeto de Monitoramento Inteligente de Dengue das mãos do reitor Ronaldo Tadeu Pena. Apenas outros dois municípios do Brasil foram homenageados por esse trabalho.

Na semana passada, o Jornal do Povo publicou reportagem especial sobre o Monitoramento Inteligente que é realizado no município há dois anos e meio, sendo uma das 20 cidades do Brasil a utilizar essa tecnologia. A cada 300 metros existe uma casa que comporta o sistema. Em toda Cidade são 306 armadilhas vistoriadas semanalmente por três agentes e um supervisor geral. O município contou com esse mecanismo por meio de uma parceria com Votorantim Celulose e Papel (VCP), que passou a se chamar Fibria.

A técnica do laboratório de Entomologia, Geórgia Medeiros de Castro explica as monitoras trocam a água, verificam se há fêmeas do mosquito Aedes aegypti presas na armadilha e lançam as informações ao site via celular. “O sistema permite uma detecção do foco de forma mais rápida, permitindo desta maneira um combate mais ágil”, garante.

As armadilhas são semelhantes a dois vasos de plantas, um em cima do outro. Além de água, há um tubo com cartão adesivo, onde a fêmea fica presa. Ela é atraída pelo “feromônio”. O sistema de manutenção é simples e a cada 60 dias o cartão é trocado, já o feromônio leva 45 dias para a troca.

O sistema apresenta inúmeras facilidades, como mapa via satélite, onde estão os focos geradores, ele também faz separações e localiza as áreas mais críticas. Na tela também é possível ver um gráfico onde estão registrados os índices que acompanham as capturas. As zonas de perigo são dívidas em quatro. O vermelho significa risco elevado, laranja, intermediário, amarelo, moderado, verde baixo. “Quando mais de três fêmeas são encontradas em uma armadilha a situação começa a ser preocupante e imediatamente começamos as ações, o trabalho de prevenção”, explica Geórgia.

O programa ainda realiza o cruzamento através de dados climáticos como temperatura, umidade e vento. Também separam os índices por bairros, ruas, terrenos, ou ainda por semanas, reincidência de casos, ou seja, o máximo de informações para agilizar o processo ao combate.


Doença está sob controle

Esse monitoramento tem sido responsável pelo controle da doença no Município. Enquanto em Mato Grosso do Sul o número de casos triplicou, passando de 3.984, no ano de 2008, para 12.176 até julho deste ano, em Três Lagoas, de janeiro até agosto foram notificados 69 casos, sendo 10 confirmados. No ano passado, foram 71 casos notificados e 15 confirmados. A Cidade viveu um momento de crise nos anos de 2006 e 2007, onde os números de casos confirmados foram 2.272 e 3.476, respectivamente.

A Tecnologia Monitoramente Inteligente Dengue foi desenvolvida no Departamento de Parasitologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG, com apoio financeiro da Fundação Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas empresas (SEBRAE).