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Três Lagoas

Cidade terá campanha para doadores de medula óssea

Captação de doadores foi implantada na Cidade há um mês e hoje conta com 80 cadastrados

O Núcleo de Hemoterapia está preparando uma campanha para a captação de doadores voluntários de medula óssea no Município. O serviço de coleta de amostras e cadastramento está em funcionamento no Município desde o dia 3 de março e já conta com 80 doadores cadastrados. O número é satisfatório, levando em consideração a baixa divulgação até o momento, mas precisa aumentar muito mais para atender a necessidade dos pacientes com câncer no Brasil, segundo a responsável pela Captação de Doadores, Wânia Nahas.
“Até então, a nossa divulgação estava restrita aos doadores de sangue regulares. Eles procuravam o Hemonúcleo para a coleta e nós já oferecíamos o novo tipo de doação. Por isto, 80 registros em apenas um mês, está de bom tamanho. Agora, a nossa meta é ampliar o número de cadastros”, disse.
Para isto, Wânia aposta na divulgação do novo serviço. A maior delas acontecerá em maio. Nos dias 15 e 16 do próximo mês, o Hemonúcleo abrirá as portas em horários alternativos para receberem novos doadores voluntários. “O evento será realizado na sexta-feira (15) à tarde e no sábado (16) o dia todo. Antes, a população será lembrada por faixas e cartazes por toda a Cidade, folders e divulgação nos meios de comunicação. A nossa meta é conseguir ao menos mil novos doadores cadastrados”, explicou.

PROPORÇÃO

A busca pelo maior número de doadores cadastrados possíveis tem motivo. O Brasil conta com cerca de 800 pessoas na lista de espera por medula óssea. O número seria aparentemente baixo, se não fosse o problema da compatibilidade. Para se ter uma base, até 2006, o Brasil contava com 300 mil doadores cadastrados. No entanto, a probabilidade de se achar um doador compatível dentro do Brasil é de um em 100 mil. A proporção reduz um pouco quando doador e receptador possuem um grau de parentesco. Nestes casos, as chances de serem compatíveis aumentam para 25%.

SUCESSO

Levando em consideração estas probabilidades, Três Lagoas já tem motivo para comemorar. Em apenas um mês, o serviço já conseguiu encontrar um doador compatível. Segundo Wânia, trata-se de uma mulher, que já era doadora de sangue regular, e que doou a medula óssea a uma outra pessoa, sem nenhum grau de parentesco. “Eu tenho poucas informações sobre este caso. Na verdade, estamos buscando em nossos arquivos localizar esta doadora. Mas, ela realmente já doou”, confirmou.
Wânia explicou que tanto o processo de cadastramento, quanto de doação é rápido e não oferece riscos à saúde. Para se fazer o registro, o voluntário deve procurar o Hemonúcleo para fazer o cadastramento e a coleta de uma pequena amostra de sangue. A amostra servirá para o exame de HLA (Antígeno Leucocitário Humano), feito no laboratório genético de Campo Grande. “Com os dados do DNA do doador pronto, ele é lançado no Registro Brasileiro de Doadores de Medula Óssea (Redome) para o cruzamento de informações com o Registro dos Receptadores [pacientes]. A doação não é feita na hora, como muitos pensam. O voluntário aguarda para ver se é compatível com algum receptador cadastrado”.
Encontrado o receptador, a doação pode acontecer por dois caminhos: a retirada da medula pela bacia – e não pela coluna como muitos acreditam -, ou hemodiálise. “As duas alternativas são bastante comum no Brasil. Ambas são rápidas e o paciente não sente dor. No caso da primeira, por exemplo, é uma micro cirurgia, com agulha. Não há cortes”, assegurou. Em 15 dias após a doação, o voluntário já repôs toda a medula doada.
O serviço de captação de voluntários acontece em apenas quatro municípios de Mato Grosso do Sul: Campo Grande (pólo), Paranaíba, Dourados e, agora, Três Lagoas. O Hemonúcleo de Três Lagoas fica na rua Manoel Rodrigues Artez, 520 (esquina com a avenida Capitão Olinto Mancini). O telefone de contato é (67) 3522 7959.