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Três Lagoas

Cirurgia bariátrica: dos benefícios à saúde metabólica à psicológica

Pessoas que se sentem incomodadas com o peso recorrem à cirurgia na expectativa de elevar autoestima e melhorar a qualidade de vida

A cirurgia bariátrica, que é realizada  há 20 anos no Brasil, é a uma opção para portadores de obesidade mórbida.

Atualmente a técnica gastrectomia vertical, intitulada de sleeve está  ganhando adeptos e se popularizando no país. A nova técnica, de acordo com o médico especialista em cirurgia por vídeolaparoscopia (Sobracil), Thiago Bosch Viana, faz emagrecer com menos riscos e mantendo o sacrifício. É a técnica mais utilizada nos Estados Unidos e no Brasil está ganhando espaço também, destaca. As justificativas, segundo o especialista, são: perda de peso acompanhado de aumento  na qualidade de vida, além de ser uma cirurgia menos agressiva, tanto no processo cirúrgico como no pós-operatório do paciente.

A procura não é apenas por pacientes obesos e com problemas de saúde, como a hipertensão e o diabetes. Pessoas que estão acima do peso e atribuem à estética melhoria na qualidade de vida e nível de autoestima, também têm  mostrado interesse em realizar a cirurgia. Se qualquer pessoa obesa considerar para si um incomodo dentro da sociedade em que vive, é certo que devemos atentar para a questão do bem-estar psíquico social, ressalta Thiago. Sania Gonzaga, de 32 anos, não hesitou em realizar a cirurgia. Com a meta de perder 31 quilos, a dona de casa, em 40 dias,  perdeu oito. “Há dois anos o meu peso era 71 kg. Apesar de realizar todas as dietas e regimes, não chegava ao meu objetivo de perda de peso e com a cirurgia foi um início para, além do emagrecimento, também, elevar a minha autoestima até alcançar meu propósito, que é o de voltar ao peso de 71 kg”, descreve.

A cirurgia é realizada por vídeo laparoscopia, tendo como vantagem a técnica de sleeve, menos agressiva, e com índices baixos de complicações a longo prazo como: unha quebradiça, queda de cabelo, déficits de vitaminas e minerais, além de fazer o uso contínuo de polivitamínicos e o tempo de internação é menor do que as cirurgias realizadas por outros métodos mais tradicionais. Outra vantagem é a dieta, que é muito menos restritiva que as demais cirurgias e o  risco do paciente ter uma anemia a longo prazo é quase inexistente.

O especialista explica que a refeição dos primeiros dez dias é a base de líquido, ou seja, todos os alimentos são batidos e peneirados. A segunda fase é a ingestão dos alimentos pastosos por mais dez dias. A partir daí, o paciente pode se alimentar normalmente. Ele pode comer o alimento que desejar, mas o apetite será menor do que antes e não vai conseguir ingerir a quantidade de comida que estava acostumado. O resultado é acompanhado na balança e nas medidas, pontua.

Conforme o profissional, os pacientes interessados na cirurgia realizam diversos exames laboratoriais durante seis meses. Paralelamente, há o acompanhamento simultâneo com outros profissionais da saúde, como endocrinologista, pneumologista, nutricionista e psicólogo. Durante as consultas o médico Thiago Bosch, explica detalhadamente os riscos que a cirurgia oferece ao paciente e considera o acompanhamento de familiares indispensável. “A cirurgia é o último recurso. Tentamos dietas, atividades físicas e remédios. Se o paciente não apresenta evolução partimos para a possibilidade de se realizar a cirurgia”, explica.

Vale ressaltar que, além da técnica Sleeve, existe a de Bypass gástrico y de Roux,  explica o especialista, cada paciente tem uma necessidade e um quadro clínico diferente, considerando o índice de massa corporal (IMC), doenças cardiovasculares e crônicas , como hipertensão, diabetes, dislipidemia, artropatias, anéis do sono,  para, então,  decidir qual a melhor técnica. “Não podemos indicar uma única técnica a todos os pacientes”, complementa.

CIRURGIAS

De janeiro até junho deste ano, o médico realizou sete cirurgias bariátricas, sendo que cinco delas por meio da técnica sleeve. Apenas duas foram feitas motivadas por estética e como prevenção a doenças cardiovasculares e as demais por síndromes metabólicas.

A minha média de perda de peso em três meses é de 20 a 25% do peso que tinha antes do paciente ser operado. Caso o paciente interrompa o acompanhamento médico, após ter sido operado, pode voltar a engordar. Segundo alguns estudos, em dez anos é possível ganhar 50% do peso que tinha antes de ser operado.

Mulheres representam a maior parcela dos pacientes que aderem à cirurgia, com idade entre 25 a 45 anos, em Três Lagoas, segundo o especialista. Foi o caso de Angélica Magalhães, de 34 anos, que tomava mais de cinco remédios por dia em função do tratamento de hipertensão e controle glicêmico e optou por realizar a cirurgia bariátrica no último dia 16 de maio. Pesando 105,3 kg, a técnica em segurança do trabalho não esconde a satisfação com o resultado tão rápido. Em quase dois meses já perdeu 13,3 quilos e não faz mais uso de nenhum medicamento. “Estou muito satisfeita com o resultado. Só de não precisar tomar todos aqueles remédios, só tenho a comemorar”, celebra.