Três Lagoas registrou, de janeiro a junho deste ano, 714 casos de agressões contra as mulheres. Já no mesmo período de 2021, foram registrados 617 casos. Um aumento de 15,23%, de acordo com dados repassados pela delegada titular da Delegacia de Atendimento à Mulher de Três Lagoas (DAM-TL).
Já em relação às medidas protetivas, conforme dados repassados pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), houve um aumento de 23,15%. Em 2021 foram expedidas 203 determinações, neste ano, 250.
De acordo com a delegada titular da DAM-TL, Letícia Mobis, os números podem não refletir a realidade, pois muitas mulheres, por medo ou condescendência, deixam de registrar os crimes. Além disso, ela também informou que essa alta se deve ao fato da pandemia de Covid-19, estar mais controlada e as mulheres poderem sair mais de casa.
“Com as restrições impostas pela crise sanitária, muitas mulheres ficaram em suas residências e não puderam fazer as denúncias. Em muitos casos, o companheiro até priva a comunicação delas, como tomar o celular, um dos mecanismos mais fáceis de relatar uma agressão sofrida. Nós que trabalhamos no setor, imaginávamos que esse aumento iria acontecer”, explicou.
Em relação aos números de feminicídios, também houve aumento de 2021 para 2022. Segundo dados da Deam-TL, no ano passado foram registradas duas mortes, mas nesses seis primeiros meses, foram 3.
“Para não chegar a esse extremo, eu sempre oriento as mulheres, qualquer agressão, seja ela de injúria, ou apenas um empurrão, o fato de ser registrado. É dessa forma que começam as agressões, que infelizmente, podem resultar em mortes”, esclareceu.
Letícia Mobis ainda explicou que os casos podem ser denunciados pelo número 180 e também no 190, em caso de flagrante, onde a ocorrência é conduzida pela Polícia Militar.
“Em caso de flagrante, a denúncia pode ser feita pelo 190. A PM registra o caso e, posteriormente, ele é conduzido para DAM. Aqui nós solicitamos todas as demandas da vítima, quando for necessário, podemos solicitar uma medida protetiva, que é deferida pelo Tribunal de Justiça”, concluiu.
