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Controle de Vetores recebe capacitação contra a Leishmaniose

A Coordenadoria de Vetores explicou que quanto mais brevemente se dá o início do tratamento, o paciente terá mais chance ser curado

Agentes do Controle de Vetores, da Secretaria Municipal de Saúde, foram capacitados, de 22 a 24 de setembro, para identificar casos de Leishmaniose Visceral (LV). Um treinamento teórico e prático foi realizado para quatro agentes de Combate às Endemias, pelo técnico em LV, da Secretaria de Estado de Saúde, Doilio Aparecido Dias.

De acordo com o coordenador do Controle de Vetores, Ismael Côggo, a capacitação foi realizada em caráter de urgência, por isso inicialmente apenas quatro agentes receberam o treinamento, os demais serão capacitados posteriormente. Ele explicou que ações devem ser desenvolvidas a partir do primeiro caso de Leishmaniose Visceral. Em Aparecida do Taboado uma senhora teve óbito e foi constatada a presença do vírus doença. “No caso da paciente que veio a óbito, a causa da morte foram por outras doenças, mas exames realizados pelo LACEN [Laboratório de Referência do Estado] apontaram que ela estava com a leishmania, parasita que causa a infecção da Leishmaniose Visceral”, explicou Côggo.

Ismael esclareceu que como o município ainda não havia tido ocorrência de Leishmaniose Visceral, por este motivo não tinha conhecimento em relação à técnica de aplicação de inseticida. Os agentes treinados realizam a aplicação do inseticida na região do caso. A aplicação é de efeito residual, intra-domiciliar (no interior da residência) e peri-domiciliar (nas paredes da Residência do lado de fora).

O técnico da Coordenadoria do Controle de Vetores, José Fernando Silva, contou que em relação ao vetor Flebotomíneos, popularmente conhecido como “mosquito palha”, “tatuquiras”, “birigui”, entre outros, no Brasil existem duas espécies e até o momento estão relacionadas à transmissão da doença Lutzomya longipalpis e a Lutzomya cruzi.

Para o trabalho de prevenção, a Coordenadoria de Vetores do município, com o apoio da Secretaria de Estado de Saúde, realizou no período de 24 à 27 de agosto, um estudo entomológico, como primeira ação. O objetivo era capturar o Flebotomíneos. Dois técnicos do Núcleo Técnico de Controle de Vetores capturaram os vetores na região onde a senhora que faleceu morava. Foram fixados 21 pontos de captura e quatro exemplares, tendo sido encontrados dois machos de Lutzomya longipalpis e duas fêmeas de Lutzomya longipalpis. “Vale lembrar que, como no caso da Dengue, somente a fêmea transmite a doença, no caso da Leishmaniose Visceral a fêmea também é a responsável pela transmissão ao homem”, frisou o técnico.

Depois de detectada a presença do mosquito, as ações foram direcionadas para quebrar a cadeia de transmissão da doença.

O cachorro é considerado como “reservatório” da doença, por isso a Vigilância Sanitária irá realizar exames de teste rápido na mesma região onde está sendo executada a aplicação de inseticida. O exame serve como uma triagem e para detectar um caso positivo é colhida uma amostra de sangue do cão e enviada para o LACEN se o resultado for confirmado o animal recebe a eutanásia, por não existir tratamento e nem vacina aprovada pelo Ministério da Saúde.

No caso do homem, a Vigilância Epidemiológica realiza uma busca ativa na região, com o objetivo de localizar precocemente casos suspeitos de pessoas com a Leishmaniose Visceral, para dar início ao tratamento. A Coordenadoria de Vetores explicou que quanto mais brevemente se dá o início do tratamento, o paciente terá mais chance ser curado.