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Três Lagoas

Copa influencia queda do movimento do comércio na área central

É comum estacionamentos e calçadas vazias e vendedores parados

É nítida a mudança do ritmo do comércio da região central de Três Lagoas que, nas últimas semanas, vem apresentando movimento ainda menor por parte dos consumidores. O presidente da Associação Comercial e Industrial do município (ACITL), Atílio D´Agosto, acredita que um dos motivos do novo cenário é a realização da Copa do Mundo no Brasil.

 

“Não é de hoje que as vendas no comércio do País têm sofrido queda. Essa realidade não é exclusividade apenas de Três Lagoas, é geral. Adiminuição no movimento dos estabelecimentos ocorre diante de uma soma de situações, como carga tributária alta;custo de vida que aumentou; atraso na linha de obras da UFN3 que levou os empresários a recuarem e até há casos em que estão negociando salários com seus funcionários;dentre outros motivos”, avalia Atílio.

 

Ele também comenta que, outro ponto decisivo é que, neste momento em que o País sedia a Copa do Mundo, as pessoas acabam destinando parte do salário para a diversão, reunindo amigos e familiares para churrascos – que tem gerado grande lucro para supermercados e estabelecimentos do ramo, em especial nos dias em que o Brasil joga. “As pessoas estão optando por viver o momento deste evento, enfim, hoje elas estão fazendo contas antes de gastar”, destaca.

 

Com a nova realidade, o presidente da ACITL cita que essa queda no capital de giro dos estabelecimentos, tem levado comerciantes a mais demitir, do que contratar, além de elevar o número da inadimplência por parte da classe. “Os empresários estão cortando tudo. O capital e giro das empresas vem minguando. Muitos nos ligam avisando que não pagarão a mensalidade da Associação Comercial. A inadimplência chega a R$ 24 milhões, somente envolvendo empresários de Três Lagoas. Isso é apenas uma conta inicial”, observa Atílio.

 

Ele ainda cita as vendas pela internet como um ponto negativo para comerciantes que mantém estabelecimentos fixos, que são obrigados a pagar funcionários, aluguel e outros custos que não são adotados pelos vendedores que fazem uso apenas da internet para o comércio.

 

Como forma de buscar uma saída para reaquecer as vendas no comércio local, a Associação Comercial convocou na semana passada, assembleia geral com empresários do município. De acordo com Atílio, 12 ou 13 estiveram presentes. “A Associação Comercial sugeriu promover um saldão das mercadorias, mas a maioria apresentou insegurança quanto a ação. Eles estão com medo de não conseguirem assumir grandes descontos, e depois não quitarem as contas”, explicou.

 

Ainda segundo o presidente da ACITL, durante a reunião foi criada uma comissão para tentar realizar o evento, esmo não contando com o interesse da maioria. “Sabemos que o momento vai muito além de fazer promoção. É o momento de readequação da classe empresarial. De reestruturar as empresas e comércios, de qualificar funcionários e também os próprios empresários”, comenta. “Na próxima semana vamos organizar mais uma reunião com lojistas que manifestaram interesse em promover o saldão e verificar se vale realmente a pena. Eles estão fazendo um levantamento. Caso ocorra, será no Ginásio Poliesportivo da Lagoa Maior ou então em algum imóvel no centro da cidade”, completou o presidente.

 

Por fim, Atílio disse que tem certeza que o atual cenário comercial de Três Lagoas vai mudar. “Tenho certeza que em até 30 dias o movimento local vai voltar ao que era”, finaliza.