Veículos de Comunicação

Três Lagoas

Córregos são os que mais sofrem com a falta de planejamento urbano

O aumento populacional ainda não é acompanhado pela estrutura de saneamento básico

Sem contar com infraestrutura ideal, os loteamentos se espalham, as propriedades rurais crescem e o setor industrial se movimenta. O aumento populacional ainda não é acompanhado pela estrutura de saneamento básico necessário e quem sofre as consequências dessa falta de planejamento urbano são os córregos.

As matas ciliares deveriam atuar como área preservação permanente, pois são proteção para as nascentes e evitam erosão e acumulo de lixo, além disso induzem e promovem o abastecimento do curso do córrego por meio das nascentes.

Atualmente o centro de Três Lagoas não conta com galerias para o escoamento da água da chuva, o que propicia além das eventuais inundações por enxurrada, a mistura das águas da chuva com esgotos que acabam indo para córregos. Com o despejo de tantos materiais, o curso do leito do rio acaba sendo tomado pelo lixo.

Quase todo o município precisa de redes coletoras de esgotos sanitários e locais adequados para a deposição de resíduos sólidos, lixos domésticos e industriais. Parte dessa matéria é transportada para as drenagens sem nenhum tratamento, contaminando inicialmente as águas superficiais e posteriormente também os lençóis subterrâneos.

O avanço populacional em Três Lagoas, e as atividades econômicas fazem com que as florestas e córregos cedam lugar aos pastos, e também se transformem em área urbana, como é o caso do Córrego da Onça.

Lorenz explica que danos irreparáveis já aconteceram na região. “As antigas nascentes foram soterradas e a mata ciliar original não existe. Não há mais como preservar a área, resta preservar a memória de como, um dia, foi. A única medida que poderia ser tomada é com relação ao controle do aporte de água, de lixo e esgotos, além do replantio de uma moldura vegetal com espécies nativas ao longo do leito do córrego, desde a Vila Zucão até as proximidades da foz”.

Vários impactos decorrem do rápido processo de urbanização vinculado ao crescimento das atividades econômicas, sem que existam cuidados proporcionais com o meio ambiente e o saneamento.

LEITO SECO

Durante o inverno, percorrer o alto curso do Córrego da Onça é uma tarefa fácil. O leito é seco e só recebe líquidos quando a estação de tratamento de esgotos, lança descargas da drenagem, ou quando chove.

As coberturas vegetais são de espécies remanescentes de cerrado, no entanto, concorrem com capim, que geralmente recobre o solo até às margens do córrego.  

Em cada margem deveria ser mantido por lei 30 m de vegetação ciliar, mas nas extremidades da canalização que escoa água desde o centro urbano até a Vila Zucão, nas imediações do cruzamento das ruas Maria Guilhermina Esteves e Bernardino Antônio Leite os parâmetros não são cumpridos. O que pode ser observado são sujeiras, galho, mau cheiro e uma interligação sobre o leito do Córrego da Onça, por meio de uma ponte.