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Três Lagoas

Cresce uso de sibutramina por brasileiros com intuito de emagrecerem

Uso do medicamento deve ter o acompanhamento médico e efeitos colaterais podem ser perigosos

O consumo do remédio sibutramina cresceu consideravelmente em todo o país, segundo um levantamento realizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O medicamento, utilizado para controlar o apetite, é proibido em toda a Europa e nos Estados Unidos, ao contrário do Brasil, onde é liberado, com restrições.

Para a Anvisa, o aumento no consumo deste remédio se deu em função da proibição de outros medicamentos também utilizados para o emagrecimento no país. Segundo a Agência, em 2011 foram vendidas 3,7 milhões de caixas de sibutramina. Em 2012 e 2013, foram mais de dois milhões. Em 2014, foram quase três milhões de caixas.

O endocrinologista Nivaldo Mustafa, do Hospital Auxiliadora de Três Lagoas, olha os índices com restrições e alerta à população. De acordo com o especialista,a sibutramina entrou no mercado farmacêutico indicada e usada como antidepressivo, mas com o tempo foi verificado que o remédio causava inibição da fome e maior efeito de saciedade através da ação em dois neurotransmissores (serotonina e noradrenalina). “Sendo assim, começaram novos estudos e testes para chegar ao seu uso atual como auxiliar no emagrecimento, lembrando que existem restrições e indicações específicas para seu uso, e a mesma não deve ser usada isoladamente, caso contrário voltará a ganhar peso após parar seu uso”, explica.

A sibutramina, segundo Mustafa, é contra indicada para quem tem problema cardíaco, pressão alta não controlada, problemas no fígado ou no rim, grávidas, lactantes e pacientes em tratamento para depressão.

O acompanhamento médico é imprescindível para o paciente que quer usá-lo com o objetivo de emagrecer. “Seu uso é válido se bem utilizado e respeitando as restrições e contra indicações. Orientação profissional é fundamental para que haja o planejamento alimentar e a prática de atividade física. Manter o corpo em harmonia é necessário para a perda de peso gradual e de maneira saudável”, orienta.

Vale ressaltar que o uso do medicamento sem o acompanhamento médico pode causar além dos efeitos colaterais descritos, o efeito reverso, o chamado efeito sanfona. Exemplo disso é o que ocorreu com Tatiana Luz, de 38 anos, que utilizou o remédio por dois meses e sofreu alguns dos efeitos colaterais. “Suspendi por conta própria o medicamento. Foi uma péssima experiência, pois fiquei muito depressiva durante o tratamento”, diz. Além disso, ao interromper o uso da sibutramina, engordou seis quilos em um período de três meses.