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Três Lagoas

Dia do Idoso comemorado com muita energia

Os idosos enfrentaram uma maratona de exercícios durante toda manhã de ontem

Energia, alegria, vitalidade e saúde marcaram a manhã desta quinta-feira (1º). Aproximadamente 400 idosos se reuniram na praça Senador Ramez Tebet para comemorarem o Dia Nacional do Idoso.

Na abertura, a prefeita, Simone Tebet, destacou a empolgação do grupo e disse que esse é um exemplo para as gerações futuras. “Nós vamos ser assim na melhor idade. No futuro vamos nos espelhar em vocês, em toda essa vitalidade e disposição”.

Simone também anunciou o final da fila de espera para operação de catarata. “Até o final do ano serão realizadas 220 cirurgias de catarata. Com esse número cessaremos a fila de espera”.

Segundo dados de 2007, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em Três Lagoas são 4.646 idosos no município. Para a diretora do departamento de Cidadania da Secretaria de Assistência Social, Sonia Lúcia Silva, o principal objetivo é trabalhar a auto-estima dos idosos. “Momentos como o de hoje [01] são para a confraternização dos nossos idosos. Queremos que eles se sintam valorizados, que eles saibam que não é apenas envelhecer, mas sim envelhecer com saúde, com qualidade de vida. Por isso temos 16 projetos e atendemos 511 idosos. Há cinco anos comemoramos a data com algum evento”.

O ânimo contagiante permaneceu durante todas as etapas, os idosos fizeram alongamento, caminhada, aeróbica, dançaram maculelê e ainda cuidaram da saúde.

A realização do evento é uma parceria entre as Secretarias Municipais de Saúde, Meio Ambiente, SESC, Departamento de Trânsito, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros.

LAR DOS IDOSOS

Há quase 60 anos o Lar dos Velhos Eurípides Barsanulpho, fundado em 27 de agosto de 1950, abriga idosos abandonados. Atualmente acolhe 26 idosos, 15 homens e 12 mulheres. Mas, segundo o diretor, Otamir Queiroz, o Lar já chegou a receber 35 pessoas. “São mais de 50 anos de histórias. A maioria deles está aqui porque não tem mais ninguém. Muitas vezes é triste ver a solidão e como às vezes o lar parece uma prisão”, comentou.

De acordo com Queiroz, o lar sobrevive graças às doações que recebe.
 
“Sempre tem gente nos ajudamos. Precisamos sempre de fraldas, roupas de cama e banho. Alimentos nós ganhamos bastante, mas precisamos de carne e frango”, enfatizou.

O diretor conta que os idosos mantém uma rotina, e que as segunda, quartas e sextas fazem fisioterapia e são cuidados por enfermeiros. “Também temos os guardadores, que são os colaboradores que levam os idosos para passear. Geralmente eles vão até a Lagoa, ou dão uma volta no quarteirão. Agora pretendo levá-los para conhecer o balneário”.

O morador mais idoso da casa faz parte da história e da cultura três-lagoense. Carlos Sabu, 93 anos, é o criador do brasão que dá sentido a bandeira do município.

VIVER E NÃO TER A VERGONHA DE SER FELIZ

“Participar desse grupo é maravilhoso. Aos 72 anos, com aparência de 17, me descobri. Hoje viajo, tenho amigos, vou para o vôlei, faço ginástica. Minha vida é uma alegria. Sou viúva, tive nove filhos e participar do grupo me tirou da solidão. Até vamos para praia. Estamos sempre fazendo amizades”
Terezinha Maria dos Anjos, 72 anos.

“Eu tenho três filhos, um marido e muita disposição para viver. Jogar vôlei para mim significa fazer amizades, me exercitar e curtir a vida. Eu vou andando da minha casa, que fica atrás do quartel até o ginásio de esportes só para jogar. A minha vida é outra depois que passei a frequentar o grupo e a me exercitar. Eu quero viver”
 Célia da Silva, 58 anos.
 
“Eu não sei o que faria se um dia tivesse que deixar isso aqui. Vôlei, sinuca, truco são minhas atividades favoritas. Desde que passei a frequentar os jogos de vôlei minha vida mudou radicalmente. Eu era nervoso, até estressado, agora sou calmo, tenho tempo para mim. Estamos sempre no meio do povo, a convivência é uma diversão”
Arlindo de Oliveira Souza, 67 anos.

“A melhor parte de ser idoso é ter tempo só para a gente. Ttrabalhava como auxiliar administrativa. Quando me aposentei senti arrependimento. Depois que descobri a terceira idade, tudo mudou. Hoje me arrumo, tenho pique, inclusive, semana que vem vou frequentar o vôlei adaptado. É uma outra vida. Eu diria que é viver de novo”.
 Aparecida Olinda Rodrigues da Silva, 68 anos.