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Três Lagoas

Dom Izidoro foi exemplo de pobreza, humildade e simplicidade

Como bispo, continuou sendo seguidor da pregação e exemplos de São Vicente de Paulo

O maior legado que dom Izidoro Kosinski vai deixar em toda a diocese de Três Lagoas, onde dedicou mais de 27 anos de sua vida, são os exemplos vivos de pobreza, simplicidade e humildade.


Como membro de uma congregação religiosa, que adota como virtudes cristãs, a humildade e a pobreza, dom Izidoro fez de sua vida a prática diária dos exemplos deixados por São Vicente de Paula, continuados pelos membros da Congregação da Missão São Vicente de Paulo, de origem francesa.


Ao sair de Três Lagoas, dom Izidoro tem um lugar merecido em uma casa da Congregação da Missão São Vicente de Paulo, construída em Araucária (PR), especialmente para religiosos idosos.


Por coincidência, ou melhor, conforme ele um dia comentou, “por uma bênção especial de Deus”, a casa religiosa, onde dom Izidoro irá morar fica na sua cidade natal. “Deus sempre foi muito generoso comigo. Terei tempo para voltar a conviver com meus familiares e amigos da minha terra natal”, disse.


A sua simplicidade e humildade, exemplo para muitos católicos, infelizmente foram também vistos por um reduzido número de pessoas, como  “omissão” do seu “importante papel social de bispo da diocese de Três Lagoas”, hoje entre as três principais cidades do estado de Mato Grosso do Sul.


Apesar de distante do chamado “convívio social urbano”, dom Izidoro sempre demonstrou zelo e dedicação a todos os fiéis da sua Igreja, a diocese de Três Lagoas.


O maior exemplo do integro comportamento moral e religioso foi sua dedicação à população mais humilde e às classes menos favorecidas e vítimas de injustiças sociais.


“A má distribuição da terra, em poder de grandes latifundiários e a questão indígena eram as grandes questões que exigiram o trabalho dedicado da Igreja, em Três Lagoas”, comentou um dia dom Izidoro.


Como bispo diocesano, dom Izidoro sempre esteve à frente para defender os direitos das classes menos favorecidas, operários e índios. Apesar de não gostar de falar do passado, principalmente das dificuldades que enfrentou em Três Lagoas, dom Izidoro comentou: “a maior dificuldade foi solucionar graves problemas sociais, principalmente, as questões da terra, o sofrimento de pais de famílias que queriam trabalhar e não possuíam sequer um pedaço de chão para plantar.

Além de tudo isso, a questão indígena da tribo dos ofayé-xavante. Quando aqui cheguei, a própria Funai (Fundação Nacional do Índio) não reconhecia o direito e a existência desses índios na nossa região. A Funai considerava já extinta a etnia dos ofayé. Isso não era verdade. Tivemos muito trabalho com isso e sofremos muita repressão”, lembrou. (C.A)