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Opinião

Em busca do dinheiro fértil

Curso Empretec do Sebrae destaca muito bem este comportamento empreendedor

Por que as empresas fecham? Nestes 18 anos de trabalho em consultoria de micro, pequenas e médias empresas tenho conclusões práticas que ajudam a explicar. Lembrando que a falência não pode ser atribuída a fatores isolados, o Sebrae aponta o comportamento empreendedor, políticas públicas, contexto econômica e o impacto de problemas pessoais sobre o negócio como os principais fatores que levam as empresas a fecharem.

O curso Empretec do Sebrae destaca muito bem este comportamento empreendedor. Já fiz este curso e recomendo! Nele é vivenciado na prática os comportamentos que são: busca de oportunidade e iniciativa, persistência, correr riscos calculados, exigência de qualidade e eficiência, comprometimento, busca de informação, estabelecimento de metas, planejamento e monitoramento sistemáticos, persuasão, rede de contatos, independência e autoconfiança. 

Pode-se incluir nesta lista o que chamo de “dinheiro fértil”. Trata-se do dinheiro que se reproduz. São os recursos investidos na qualidade do produto, na atenção, valorização e treinamento dos funcionários, na manutenção do prédio, marketing. Infelizmente, em algum momento o empresário acha que não precisa mais fazer estes investimentos e com isso condena o negócio à falência. Por outro lado, alguns empresários começam do nada, sem dinheiro nenhum e com a visão correta de investimento constroem negócios de sucesso.

Geralmente, a primeira impressão do empresário é de que agora vai, agora sou empresário. Por pura ilusão começa a viver um padrão de vida que imagina que tem e, gastar o que não tem. A solução neste caso é treinar o comportamento, calcular riscos, buscar eficiência, criar metas e monitorar a empresa sistematicamente. Os saques pessoais devem ter limites e as contas pessoais nunca devem ser misturadas com as da empresa.

Quando as coisas não saem como o esperado, é como se um balde de água fria fosse jogado no empresário, e este passa a não só a economizar, mas também evitar gastos que são essenciais para sobrevivência da empresa. 

Devido o empresário perder a visão do dinheiro fértil e deixar de dar atenção aos funcionários, a manutenção do prédio, no marketing entre outros o problema se instalou. Neste mesmo caminho, mas na outra via, temos exemplos de empresários, como Geraldo Rufino que começou como catador de sucata e agora é milionário. Os fatores estão diretamente ligados ao comportamento empreendedor e na capacidade que estes tem de separar o dinheiro fértil dos outros gastos.

* Walter Roque Gonçalves é consultor de empresas e escritor.