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Três Lagoas

Estudar longe de casa fortalece a relação entre os pais e filhos

Com a distância, relação tende a se tornar mais consistente

O processo de separação de pais e filhos durante o período da faculdade muitas vezes pode ser considerado traumático. A ausência de liberdade durante a criação e o excesso de proteção podem caracterizar uma relação insegura, onde a dificuldade de morar longe de casa torna-se um fator decisivo que leva muitos a desistirem dos sonhos.
A ligação familiar excessiva implica na socialização e causa dependência entre pais e filhos. Adilson Rodrigues passou por essa experiência aos 17 anos. Saiu de Brasilândia para estudar Ciência da Computação em Presidente Prudente (SP), mas a vida de universitário durou apenas uma semana. “Uma série de fatores me fizeram desistir logo na primeira semana, entre eles a escolha incorreta do curso e a insegurança de morar fora. Eu era muito apegado aos meus amigos, viajava pouco sozinho e optei por voltar”, enfatizou.
O jovem, hoje com de 21 anos já está formado. Optou pelo curso de Administração, que fez em Três Lagoas, distante apenas 60 quilômetros de sua cidade. “Hoje estou mais maduro, com mais cabeça para pensar em morar fora. Conclui minha faculdade e fiquei perto dos amigos e da família. Embora tivesse que viajar todos os dias achei melhor do que estar fora, pelo menos naquela época”, comentou.
A estudante Nayara Correia, 20 anos, veio de São Paulo (SP) para realizar um sonho, estudar Direito em uma Universidade Federal. Ela deixou a capital paulista aos 17 anos e depois de três anos morando sozinha concluiu que em sua cidade não teria tantas oportunidades. “Aqui em Três Lagoas tive muitas oportunidades. Além do crescimento pessoal, ganhei um carro, coisa que não teria lá. Aqui também tenho qualidade de vida, posso andar a pé, não demoro para chegar à faculdade, tenho um trabalho e além de tudo ainda passei em um concurso”, comemora a jovem.
Nayara conta que na época que passou no vestibular da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), também foi aprovada em duas faculdades particulares que ofereceram bolsas de estudo, mas determinada, a jovem escolheu Três Lagoas para passar alguns anos, ela enfatiza que esta é apenas uma etapa. “Na época em que prestei vestibular procurei faculdades Estaduais e Federais. Claro que eu tinha preferência pela Fuvest e pela Unesp. Optei pela UFMS e conheci a cidade quando vim prestar vestibular. No começo achei pequena, mas resolvi investir neste desafio e de la para cá somei muitas conquistas e aprendizado”.
Entre eles a jovem destaca ter conseguido um emprego. “Eu trabalho por hobby, dou aulas de inglês. Ainda dependo dos meus pais para tudo. Eles me dão apoio e apesar de estar distante fisicamente sei que estamos mais próximos afetivamente”.
A estudante conta que com o tempo e a distância aprendeu a falar sobre os sentimentos. “Agora eu aprendi a falar o quanto eles são importantes para mim. Eu sempre reconheci, mas só agora consegui falar. É difícil ficar longe. As pessoas que se aproximam e nunca sabemos qual a verdadeira intenção delas. Quando eu tinha qualquer problema e morava em São Paulo eu podia voltar pra casa e ter o apoio da minha família. Agora, eu continuo tendo, mas a distância. Eu sempre ligo para minha mãe, na hora de comprar alguma coisa, ou até mesmo no relacionamento com as pessoas. A opinião dela é muito importante para mim”.
Os finais de semana são considerados pelos estudantes que moram longe os dias mais difíceis. “Para me distrair aqui procuro sair com a Bianca, minha amiga e companheira de república. Nas horas difíceis uma conforta a outra e nos dias de domingo sempre procuramos fazer alguma coisa”.

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