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Greve

Funcionários da Suzano podem entrar em greve em Três Lagoas

Greve pode ser desencadeada por falta de acordo nas negociações salariais entre o sindicato que representa os trabalhadores e a empresa

Manifestação realizada ontem pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Papel e Celulose - Israel Espíndola/JP
Manifestação realizada ontem pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Papel e Celulose - Israel Espíndola/JP

Funcionários da Suzano, empresa de celulose com fábrica em Três Lagoas, podem cruzar os braços nos próximos dias e aderir ao movimento de greve organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Papel e Celulose de Três Lagoas. Somente na parte industrial, as duas unidades da Suzano na cidade empregam mais de mil trabalhadores. Destes, 800 são funcionários diretos e cerca de mil são de empresas terceirizadas.

A greve pode ser desencadeada por falta de acordo nas negociações salariais entre o sindicato e a empresa. Nesta sexta-feira, mais uma manifestação foi realizada em frente a unidade da Suzano em Três Lagoas. Esse foi o terceiro protesto organizado pelo Sindicato em frente a fábrica, na tentativa de mobilizar os trabalhadores para não aceitar as propostas da empresa. 

Segundo o presidente do sindicato, Almir Morgão, a Suzano não apresentou nenhuma proposta de ganho real para os trabalhadores, apenas a correção da inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). “A empresa ofereceu 8% de reajuste em 1º de agosto mais 1,85% a partir de 1º de dezembro, totalizando 9,85%, que é apenas a perda que tivemos com a inflação, ganho real mesmo, não foi oferecido nada”, explicou o presidente do sindicato.

Ainda de acordo com Almir, o sindicato pleiteia, além da correção da inflação, mais 3% de reajuste salarial, bem como a correção da inflação sobre os demais benefícios que os trabalhadores recebem.  Além disso, o sindicato quer a manutenção de auxílio medicamento e do plano nacional de saúde que os funcionários têm há 12 anos. O sindicalista explicou que 40% dos trabalhadores são oriundos de outros estados e precisam de um plano de saúde com cobertura nacional, pois estão sempre viajando e não podem ficar desassistidos. 

Em nota, a Suzano diz que participa de todas as negociações sindicais e está sempre aberta ao diálogo e se empenhando para chegar a um acordo que contemple os anseios das partes envolvidas. Ressalta que proposta feita pela companhia contempla o pacote de remuneração total (incluindo salários, abono, ticket alimentação, auxílio creche, auxílio funeral, auxilio filho PCD, pagamento variável e outros benefícios) que, segundo a Suzano, é um dos melhores das empresas da região.

O presidente do sindicato adiantou que na próxima semana terá assembleia para votação se os trabalhadores vão aceitar a proposta da empresa ou se vão aderir ao movimento de greve. “Se não passar, eu acho que não vai passar, vamos partir para greve. Temos força muito grande em todo o país, e temos certeza que todos os outros sindicatos virão para cá nos ajudar, daí a coisa vai ficar feia. Já avisamos a empresa que vamos para greve mesmo”, adiantou o sindicalista.