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Três Lagoas

Greve do IFMS de Três Lagoas pode terminar na próxima semana

Assembleia reuniu além dos grevistas, 20 pais e um aluno do Instituto com o objetivo de esclarecer quais são as solicitações da categoria

Em assembleia deliberativa realizada ontem no campus do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) foi determinado um indicativo de suspensão de greve para a próxima quarta-feira, 30. Dos 34 servidores presentes somente sete votaram contra ao fim da greve.

De acordo com Guilherme Garcia Costa Tommaselli, professor e membro do Comando Local de Greve (CLG), apesar da decisão tomada pela categoria no âmbito local, ainda há chances de a greve ser mantida. “Isso será decidido em Brasília nos dias 26 e 27 onde será discutido no cenário nacional. O objetivo do encontro é determinar se haverá ou não a suspensão da greve”, pontua.

A assembleia reuniu além dos grevistas, 20 pais e um aluno do Instituto com o objetivo de esclarecer quais são as solicitações da categoria. Os pais não tiveram direito ao voto, mas puderam tomar conhecimento sobre as reinvindicações da classe e as possibilidades de volta às aulas.

Hoje, 23, às 19h haverá uma assembleia extraordinária no campus do IFMS a fim de esclarecer o andamento da greve aos pais que não puderam comparecem na assembleia realizada ontem. “Sabemos que gera um desconforto nos pais, afinal são quase dois meses que seus filhos não estão tendo aula”, esclareceu Guilherme.  

Segundo o professor, neste período, a paralisação pouco avançou no sentido de repostas e retorno do governo federal. “A crise econômica e política do Brasil estão dificultando o processo da greve. Os cortes no campus foram brutais, exemplo disso era o recurso de mais de R$ 2 milhões que seria repassado para o Instituto, mas que agora será repassado menos da metade”.

REPOSIÇÃO DE AULAS

A greve, que se arrasta há quase 60 dias, será refletida no calendário escolar da Instituição e isso vem preocupando pais e alunos, como é o caso de Vinicius Brito de 16 anos, aluno do curso de técnico em informática. O jovem e outros 14 alunos são moradores da cidade de Brasilândia, distante 68 quilômetros de Três Lagoas, afirma que está sendo lesado em diversos aspectos com a paralisação dos professores. “A reposição de aulas ocorrerá durante as férias e considerando que não terei o fornecimento de transporte público, porque o prefeito já negou a colaborar, certamente vou ter um gasto a mais durante os meses de dezembro e janeiro”, relata.

Os pais tiveram pela primeira vez a oportunidade de acompanhar uma reunião da categoria também estão preocupados. O servidor público José Carlos Junior acredita que a greve pode resultar em mudanças positivas tanto para a categoria quanto para os alunos, mas torce pelo término da paralisação. “A greve é um direito constitucional de todo servidor público e temos [os pais] também o conhecimento de que o direito de um cidadão se encerra quando afeta o do outro e o que nós queremos é o retorno breve das aulas”, argumenta.