Habitação cresceu quase 14 vezes em Três Lagoas

Os projetos públicos para combater o déficit habitacional em Três Lagoas apresentam resultado quase 14 vezes maior nos dois anos e meio da atual administração em comparação com os oito anos anteriores. Ao entregar hoje (27) 191 casas no Residencial Imperial, o governador André Puccinelli, em parceria com a Prefeitura e o governo federal, atingiu um total de 750 unidades desde 2007. Segundo a prefeita Simone Tebet, nas duas gestões anteriores, o Estado só edificou 55 moradias.

“Até março vamos atingir a marca histórica de 1.000 casas. Isso é dar dignidade às pessoas, é respeitar o cidadão contribuinte”, comemorou Simone. Segundo o governador, além das 215 já asseguradas – que elevarão o total para quase 1.000 -, mais moradias serão feitas se houver disponibilidade do terreno.

Puccinelli aponta o sucesso da integração com as prefeituras, a exemplo de Três Lagoas, como um dos principais motivos para a expansão que o programa habitacional vem experimentando. “A parceria com os prefeitos tem sido muito boa. Aqui tem recursos do município, tem dinheiro nosso, e dinheiro que fomos buscar do governo federal. Cada um sozinho, não consegue fazer pouco. Juntos, fazemos muito mais casas”.

Do total já investidos em habitação em Três Lagoas, cerca de R$ 7,6 milhões foram recursos que governo do Estado e Prefeitura captaram junto à União. A administração estadual aplicou diretamente aproximadamente mais R$ 3,1 milhões, e o município, R$1,6 milhão, além de fornecer terreno e infraestrutura para os novos residenciais. “Isso é resultado de um governo que tem disposição de trabalhar, de ser parceiro dos municípios, e com visão social”, destacou o secretário estadual de Habitação e das Cidades, Carlos Marun. Somente no Conjunto Imperial, um total de quase R$ 3 milhões.

Vidas transformadas

Se contados aos milhões, os investimentos representam muito – e o alcance individual do recurso aplicado é ainda maior. Para Adelina Ferreira Castilho e o marido, Antonio Garcia, a chave da casa própria que receberam hoje é a diferença entre morar no trabalho e ter um trabalho e poder voltar para a própria casa. Caseiros em um rancho próximo à ponte do Rio Sucuriú, o casal só tinha essa alternativa para não pagar aluguel – que se elevou em Três Lagoas desde que a cidade começou a experimentar o crescimento industrial.

“A gente pagava R$ 280,00 numa casa que não tinha nem tanque de lavar roupas. Essa casa agora é a melhor coisa que Deus me deu”, diz Adelina. Junto à mãe, o mais novo dos três filhos, Lucas, 9 anos, olha a chave como se fosse um presente de criança. Esperto, ele confessa que vai sentir falta do banho de rio na chácara, mas sabe bem a vantagem de poder viver na cidade: “A gente vai poder estudar melhor”.

Na cerimônia que reuniu as mais de 190 famílias para entrega das chaves, Romilda da Silva se destacava na multidão pelos assovios, palmas e sorriso incontidos. Não é para menos para quem considera esse momento a realização de “um sonho de toda a vida”. A felicidade da treslagoense veio triplicada, porque a irmã também foi contemplada com um imóvel no mesmo residencial, e a mãe, pensionista, já tem garantida uma das 215 novas casas que estão em construção. “Imagina, a minha mãe pega a pensão de R$ 400,00 todo mês e entrega direto na mão da dona da casa [alugada]”, conta, no único momento sem sorriso. Logo, vêm as lágrimas de alegria, e ela confessa que “teve que ter garganta” quando ouviu no rádio seu nome na relação de famílias contempladas com a nova habitação.

Casada, mãe de quatro filhos, Romilda comemora o fato de trocar os 13 anos em que pagou aluguel pelos próximos 12 anos em que vai pagar a própria casa, e em valor bem menor, de R$ 50,00. “Só de saber que não corro mais o risco de o dono chegar na minha porta e dizer ‘vendi a casa’, a senhora vai ter que sair, é a maior felicidade”.

Participaram da cerimônia de inauguração do residencial a secretária de Trabalho e Assistência Social, Tania Mara Garib; os deputados estaduais Diogo Tita e Akira Otsubo; e os prefeitos André Alves Ferreira (Aparecida do Taboado) e Antônio de Pádua Thiago (Brasilândia).