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Editorial

Hora de afastar a incredulidade

Leia o Editorial do Jornal do Povo, da edição deste sábado (5)

A vinda desta comitiva visa inspecionar a fábrica de fertilizantes da Petrobras. - Foto: Arquivo/JPNews
A vinda desta comitiva visa inspecionar a fábrica de fertilizantes da Petrobras. - Foto: Arquivo/JPNews

Na próxima quarta-feira (8), aterrissam literalmente em Três Lagoas, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, também, ministro da Indústria e Comércio, acompanhando da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, aliás, vale lembrar que esses três ministros foram, juntos, senadores da República na última legislatura.

A vinda desta comitiva visa inspecionar a fábrica de fertilizantes da Petrobras – a UFN – 3, cuja construção está paralisada há mais de oito anos. Sabemos que essa fábrica tem por finalidade diminuir a dependência do Brasil na importação de insumos para o agronegócio, tornando-o mais produtivo, rentável e livre de crises de abastecimento decorrentes de convulsões socioeconômicas na ordem mundial e até mesmo como a de agressões militares como a Rússia perpetra contra a Ucrânia e das demais consequências vindas do Oriente Médio, milenarmente convulsionado por guerras como a que hoje lá está deflagrada.

Ninguém duvida que a retomada da construção dessa indústria de fertilizantes aquecerá substancialmente a vida econômica de Três Lagoas, considerando seus benefícios para a produção agrícola e a consequente movimentação da industrialização e destinação do produto final. Há previsão de uma movimentação de 200 carretas por dia saindo dessa fábrica. Para engrossar esse prognóstico, prevê-se a instalação entre 12 a 15 indústrias misturadoras de fertilizantes, que processarão a adição de outros nutrientes à produção industrial da ureia e amônia.

Centenas e centenas de novas oportunidades para o trabalho serão criadas e o processo migratório de gente de outros recantos do país se dará como se dá na atualidade à procura de trabalho nas fábricas de celulose e papel. Três Lagoas está fadada a se consolidar como um dos grandes centros da indústria nacional junto com a indústria da silvicultura.

Essa visita para nós três-lagoenses é de fundamental importância, porque afasta a possibilidade desta fábrica deixar de ser concluída e tornar-se um amontoado de ferro como dizem alguns desinformados… é claro que muito do que já está construído e instalado terá que ser recuperado ou restaurado por conta do tempo decorrido. Mas, nada do seu atual estado impossibilita a conclusão e a sua entrada em operação, gerando emprego e renda. Mas, um fato há de se ressaltar para se fazer justiça. Não fosse a insistência da ministra Simone Tebet, talvez não estivéssemos qualquer expectativa para receber a visita dessas autoridades da República.

Simone no Senado Federal denunciou que os russos da Acron queriam deixar de lado com a aquisição da fábrica a produção de fertilizantes e transformá-la simplesmente numa processadora de insumos trazendo a matéria prima que aqui se pretendia originalmente produzir da Rússia para Três Lagoas e “empacotá-la para o agricultor brasileiro, tornando mais ainda o país dependente dessa matéria prima e dos preços aviltantes de mercado que chegaram a mais até R$ 6 mil reais a tonelada.

A atual ministra do Planejamento e Orçamento da República com a força que o cargo lhe atribui e com a sua capacidade de articulação é a patrona dessa visita da comitiva do governo federal liderada pelo vice-presidente da República.

Por esse fato, deve ser reconhecida como uma filha emérita de Três Lagoas, porque aqui nascida é defensora inconteste dos interesses da nossa cidade e de sua gente, independentemente de cores político-partidárias. Não perde uma oportunidade para fazer o bem ou trazer um benefício para nossa cidade. Como se diz sempre, quem defende nossa cidade são os nossos filhos, aqueles aqui nascidos ou não, mas que moram, trabalham e fazem da nossa cidade a sua grandeza e dos seus negócios a própria fartura e a de outros por conta de oportunidades geradas, já que são conhecidas nossas necessidades e deficiências.

A visita à fábrica de fertilizantes deve afastar o alarde pessimista e tornar os incrédulos mais otimistas, porque não há luta que não valha a pena.