O Hospital Nossa Senhora Auxiliadora (HNSA) pode receber um repasse na ordem de R$ 1,1 milhão em recursos do Município para reduzir a dívida acumulada de mais de R$ 4 milhões da instituição. A falta de recursos do hospital foi apresentado pelo Jornal do Povo, em edição publicada nesta terça-feira (10). Conforme anunciado pelo diretor administrativo do HNSA, João Carlos Florentino, a cada mês, o hospital acumula uma dívida que pode variar de R$ 300 mil a R$ 600 mil.
Atualmente, os custos do hospital giram em torno de R$ 1,6 mil/mês. Em contrapartida, são repassados para os atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) uma média de R$ 900 mil, recursos provenientes das três esferas governamentais. A discrepância entre os valores gastos e repassados está diretamente ligada ao barateamento do serviço público de saúde.
O diretor explicou que, hoje, a instituição recebe por procedimento realizado e não cobre possíveis gastos extras. “O SUS possui um teto. Se precisar gastar mais que aquilo, se houver complicações, é por conta do hospital. Este é um problema que se abate em todos os hospitais com atendimento público do Brasil”, completou.
Entre os principais serviços responsáveis pelo endividamento do HNSA, estão os de alta complexidade: Unidade de Terapia Intensiva (UTI), cujo déficit mensal chega a R$ 240 mil; neurologia e oncologia. Segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde, só este último – recém implantado e que ainda não foi credenciado pelo SUS -, gerou uma divida de mais de R$ 850 mil para o hospital neste ano. De janeiro a outubro, foram realizadas 297 intervenções cirurgias de pacientes com câncer de Três Lagoas e região.
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No entanto, a diferença entre custos e repasses nos procedimentos não foi o único problema apresentado pelo diretor administrativo. Segundo ele, em 2007, o hospital firmou um novo contrato e passou a receber os recursos de materiais baseados em uma média de valores do hospital. Desde então, a tabela não foi atualizada e os valores já estão defasados. João Carlos apresentou exemplos como o do soro fisiológico, que na tabela custa R$ 0,80 e na realidade já atinge a casa dos R$ 3,80. “Tivemos insumos de até 300% neste período”, completou.
Em nota à imprensa, a secretária Elenir Neves informou que a maior preocupação é com a chegada do mês de dezembro, quando, além dos gastos periódicos, o hospital ainda acumulará dívidas com o pagamento do 13º salário.
Entretanto, a realização do repasse depende da aprovação dos membros do Conselho Municipal de Saúde. A proposta será apresentada e discutira com a instituição, órgãos fiscalizador da Saúde Pública de Três Lagoas, em reunião realizada na Câmara Municipal, a partir das 18h30. Atualmente, o Hospital Nossa Senhora Auxiliadora realiza mensalmente aproximadamente 800 internações, 12 mil exames e quatro mil consultas pelo Sistema Único de Saúde.
