Hospital recebe mais verba apesar de ter só 20% de construção executada

A construção do Hospital Regional de Três Lagoas, iniciada em abril do ano passado, tem apenas 20% do projeto pronto. O prazo para a conclusão da obra é de 24 meses, conforme previsto no contrato assinado entre o governo do Estado e a empresa Sial Construções Civis, de Curitiba (PR).

De acordo com placa instalada no canteiro de obras, a construção começou em março deste ano. Ou seja, em março de 2019, o hospital deveria ser entregue. A execução de um quinto do projeto foi detalhada em reunião entre a empreiteira e a Prefeitura de Três Lagoas, nesta semana.

Considerando que em 16 meses a obra andou apenas 20%, o hospital não deve ser concluído nos sete meses restantes. Mas, mesmo com a lentidão, o governo do Estado ampliou o orçamento da construção em mais R$ 2,4 milhões, conforme publicação feita ontem pela Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul) na internet. O reajuste teve como base o Índice Nacional da Construção Civil (INCC), calculado pela Fundação Getulio Vargas. O valor inicial da obra era de R$ 56,4 milhões.
A empresa fez até esta semana parte de fundação, concretagem de pilares do pavimento e laje, concretagem das escadas e o escoramento metálico. Também foram executados serviços de tubulações de esgoto e elétricos.

A reportagem procurou a empresa, nesta sexta, mas nenhum diretor foi localizado. O coordenador da obra na cidade, engenheiro Renato Roeder, disse que não teria autorização para falar do empreendimento. O governo do Estado apenas confirmou o aditivo, justificando ser um valor alto, porque o custo da obra é elevado. Porém não se pronunciou sobre o andamento dos serviços.

NOVELA
O empreendimento público ocupa uma área de 26 mil metros quadrados, no Distrito Industrial, às margens da rodovia BR-158, que doada pelo empresário Magid Thomé Filho ao município, para oficialização de repasse ao Estado. O projeto prevê que o hospital terá, quando estiver pronto, 138 leitos e que deverá ocupar mão de obra de 652 funcionários, em quatro turnos.

Os recursos para a construção do hospital, inicialmente orçado em R$ 42 milhões, foram garantidos em 2014. A maior parte saiu de Financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o restante do governo estadual.

A construção deveria ter sido iniciada em 2015, mas, a primeira empreiteira que venceu licitação desistiu. Em razão de demora da negociação com a empresa e rescisão do contrato, houve a necessidade de readequação do projeto, o que já foi feito e causou aumento no valor da obra.