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Três Lagoas

Inadimplência no comércio aumenta 22%

No ano passado existiam 6,6 mil devedores e agora são mais de 8 mil

Ao contrário dos demais municípios do Estado – que estão renegociando as dívidas para tirar o nome do SPC e Serasa – a Associação Comercial de Três Lagoas ainda não conseguiu entrar em consenso com os empresários da cidade para montar uma campanha semelhante. Há dois meses, a associação começou a estudar as possibilidades de uma iniciativa, mas antes da implementação desistiu de dar seguimento por conta dos altos custos.

De acordo com o presidente da Associação Comercial, Joaquim Romero, embora as campanhas realizadas em vários municípios do Estado tenham apresentados bons resultados, o alto custo de divulgação e a insegurança com relação ao retorno impediram os empresários de dar prosseguimento a ação. “Há dois meses nos reunimos para começar uma possível campanha. Mas, os empresários tiveram receio em investir. O que eles alegam é uma possível acomodação do inadimplente, que com a situação, pode prorrogar o pagamento esperando obter vantagem sobre o atraso, e conseguir descontos”, explica.

O projeto CPF Limpo, conforme afirmou Romero, ainda causa resistência nos empresários. “Avaliamos o custo de campanha em R$ 15 mil. Quem teria que arcar com esse despesa seriam eles [empresários], mas não consideraram a medida viável, já que os custos seriam diluído e a empresa teria que reduzir o juros para quitar as dívidas dessas pessoas”.

Romero explica que um dos motivos para o crescimento da inadimplência é a queda na arrecadação. “A inadimplência é normal. Geralmente ela cresce 10% ao ano. Nunca diminui. Esse ano registramos 22%. Acredito que isso seja resultado da queda na arrecadação, que reflete diretamente na redução de vendas do comércio”.

Questionado sobre os consumidores que movimentaram dinheiro durante a construção das indústrias na cidade, Romero esclareu. “A maioria dos trabalhadores que veio de fora pagava a vista. A inadimplência vem de moradores da cidade, que permanecem aqui”.

A dívida no município já soma R$1,9 milhões. Com relação ao ano passado, o crescimento foi de 22%, quando o valor em R$ 1,3 mi. O número de devedores também aumentou, em 2008 eram 6.600, atualmente o indicador está em 8.080. Se dividirmos a dívida pelo número de inadimplentes a estimativa é que cada pessoa deva aproximadamente R$ 200.

RESTRIÇÃO

Com o nome no SPC e Serasa, muitos consumidores deixam de adquirir produtos pela falta de crédito. O presidente enfatiza, “se o problema de crédito fosse resolvido e não existisse restrição, com certeza as vendas aumentariam. Tem muita gente querendo comprar. Em Campo Grande eles realizaram a campanha e o resultado foi um sucesso”. Atualmente a Associação Comercial conta com 400 empresas, 150 delas atuante.

No dia 27, será lançada a campanha de final de ano. Segundo Romero, mais de mil prêmios serão distribuídos e uma moto zero quilômetros será sorteada no dia 8 de janeiro.

“Os prêmios vão de R$ 30 a R$80. Esse ano optamos por premiar mais pessoas. As raspadinhas estarão nas empresas que aderirem a campanha. Esperamos a adesão de aproximadamente 150 estabelecimentos”.

O reajuste salarial da classe dos comerciários saiu na semana. Segundo o presidente do Sindicato Patronal da categoria, Walquir Bernardes, o aumento foi de 7,8%. “Temos como data base o dia 1º de novembro. O salário fixo subiu mais de 7 %. De R$ 510 foi para R$ 550. Geralmente a base de aumento é de 6,5%”.