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CBN Direito

Internação de dependentes químicos não é decisão familiar

Coordenadora do núcleo de atenção à saúde da Defensoria Pública Estadual explicou que a medida precisa ser recomendada por médicos, esgotando-se todos os recursos extra-hospitalares

Coordenadora do núcleo de atenção à saúde da Defensoria Pública Estadual explicou que a medida precisa ser recomendada por médicos, esgotando-se todos os recursos extra-hospitalares - Foto: Isabelly Melo/CBN CG
Coordenadora do núcleo de atenção à saúde da Defensoria Pública Estadual explicou que a medida precisa ser recomendada por médicos, esgotando-se todos os recursos extra-hospitalares - Foto: Isabelly Melo/CBN CG

No quadro CBN Direito desta terça-feira (18) o tema foi a internações de dependentes químicos. Nos últimos dias a Rádio CBN Campo Grande tem veiculado reportagens sobre o aumento de dependentes químicos pela cidade, segundo a polícia alguns acabam praticando furtos, envolvendo fios de cobre, por exemplo.

Para elucidar o assunto, conversamos com a coordenadora do núcleo de atenção à saúde da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, Eny Diniz, que explicou o que está previsto em lei. Segundo ela, é importante reforçar que o tratamento para pessoas dependentes químicas deve ser contínuo e com assistência multidisciplinar, com psicólogos e outros profissionais.

Ressaltando sempre que a internação contra a vontade do dependente tende a ter menor eficácia. “A internação involuntária, como tudo aquilo que é feito contra a vontade, tem baixíssima efetividade comprovada. As pessoas imaginam que internando uma pessoa para tratamento dentro de uma unidade hospitalar ou dentro de uma de uma comunidade a situação está resolvida e a pessoa vai sair de lá curada, isso é uma ilusão”, ponderou a Eny.

Além disso, é importante elucidar que a internação de dependentes químicos não pode ser definida por familiares e sim por decisão médica, sendo essa a última saída.

“Não adianta a pessoa chegar na Defensoria Pública ou no Ministério Público ‘eu quero internar o meu filho dependente químico’. Por ser uma medida extrema, ela só pode ser utilizada quando todos os recursos extra-hospitalares já se mostraram insuficientes”, explicou.  

Confira a entrevista completa: