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Três Lagoas

IPI reduzido mantém venda de carros aquecida

Concessionárias de Três Lagoas garantem que medida beneficia empresas e consumidores

Veículos, materiais de construção civil e eletrodomésticos continuam com o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) reduzido. Em Três Lagoas as concessionárias dizem que a prorrogação contribui muito para manter o mercado aquecido, já que as vendas foram consideráveis com a redução. Por questões estratégicas nenhuma quis fornecer o percentual de aumento nas vendas, mas garantem que a medida adotada pelo governo beneficia os consumidores e revendedoras.

Um exemplo de mudança nos valores está em um carro básico que antes da redução era vendido por R$26 990 mil, hoje pode ser adquirido por R$24 990 mil, com 7% de redução no imposto.

A medida da prorrogação do prazo foi anunciada na segunda-feira (29). A cobrança menor para automóveis, material de construção e linha branca de eletrodomésticos deveria terminar ontem, mas o Governo Federal anunciou que o imposto para veículos continuará reduzido até setembro, voltando a subir gradualmente até chegar à alíquota original em janeiro de 2010.

Para os eletrodomésticos, cuja medida acabaria em julho, a isenção de IPI valerá até outubro. Com os materiais de construção, o imposto menor permanece até o final do ano. O impacto para o governo será de cerca de R$ 2 bilhões.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Uma rede de lojas de material de construção de Mato Grosso do Sul também considera a redução favorável. Segundo o gerente da Bigolin, João Gomes Júnior, se comparado ao ano passado, o aumento nas vendas no mês de maio foi de 17,15%, indica que ocorreu uma queda real de preços nos produtos, o que demonstra o peso que os impostos exercem sobre o poder de compra da população.

“Embora tenha aumentado com relação ao ano passado acredito que a mudança mesmo vai começar agora. Poucos produtos reduziram os preços, ver a mudança na concessionária é mais fácil, pois o produto vem da fábrica. Na loja muitos produtos estão no estoque e nós já pagamos o IPI. Por isso, a partir de agora acredito que o resultado seja ainda mais positivo”, explicou.
No setor alimentício a redução também está presente. Está prevista a prorrogação por 18 meses da isenção de PIS e Cofins incidente sobre a venda de trigo, farinha de trigo e pão francês. Além disso, o governo vai anunciar as medidas para o setor de bens de capital, que devem incluir ações financeiras e fiscais.

Para empresário, medida não contribuiu para aumentar vendas

Nem só como beneficio o IPI tem sido visto. Há mais de 20 anos atuando no ramo da construção civil, o empresário José Muniz, alega que a jogada não passa de um marketing do governo e que as vendas em sua loja não aumentaram com a redução do IPI. “Cada um tem um jeito de ver a situação. Como comprador direto e vendedor de materiais de construção não senti vantagens nessa suposta redução”, afirma.

Segundo ele, o que ocorreu com o IPI deveria ocorrer com o ICMS. “Aí sim teríamos vantagens. As pessoas ficam divulgando porcentagem, falando de queda, mas a realidade é que muitas vezes a redução não chega há R$1.O cimento, por exemplo, não tem grandes vantagens. Não adiante prorrogar o IPI se nos anos anteriores eles trabalharam para aumentar outros impostos”, critica.

Ele afirma que a boa venda deve-se na verdade as facilidades de financiamento. “Quem não é leigo, é esclarecido e trabalha há anos no setor,  vai notar que os valores são maiores que há três anos. Acho um absurdo quando a televisão  ilude as pessoas falando sobre essas reduções. No bolso dos consumidores não mudou nada”, enfatizou.