Dados do boletim epidemiológico divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) apontam o crescimento de 128% dos casos de chikungunya em Três Lagoas. Nas duas primeiras semanas do mês de abril foram confirmados 9 novos casos, saltando de 7 – registrados entre janeiro e março – para 16, até o momento. Entre os pacientes estavam duas crianças, de 1 e 6 anos, que foram hospitalizadas em decorrência do agravamento da doença e já se encontram recuperadas.
Segundo a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Adriana Spazzapan, o município está em alerta para o risco de epidemia desde o mês de janeiro, por conta do aumento do volume de chuvas. “Esse número é o que aponta o resultado do Laboratório de Saúde Pública [Lacen], em Campo Grande, que é a nossa referência. Desde o mês de janeiro, a semana em que observamos o pico de notificações, foi neste mês entre os dias 3 e 9”, afirma a coordenadora.
O vírus é transmitido através da picada do mosquito Aedes aegypti, também responsável pela transmissão da dengue e da zika.
Os sintomas da chikungunya são similares aos da dengue: febre, dores intensas nas articulações, dores musculares e nas costas, manchas vermelhas e coceira no corpo. Se não tratada, a doença pode evoluir para o caso agudo ou crônico, podendo deixar sequelas como a artralgia, conhecida popularmente como dor nas juntas.
Geralmente, os sintomas surgem entre 2 e 12 dias após o indivíduo ser picado pelo mosquito contaminado. Porém, o vírus permanece presente no sangue até 10 dias.
O diagnóstico é feito por meio de exames de sangue disponíveis gratuitamente pelo SUS, com intervalo de oito dias entre um exame e outro, para eliminar o risco de “falso negativo”.
A coordenadora também pontua que é necessário continuar o trabalho de prevenção. “É um alerta nacional e a gente não pode baixar e deixar de dar atenção. Nós temos, sim, o vetor aqui em Três Lagoas. E nós temos um clima muito favorável ao mosquito. Temos sempre que estar atentos às casas e locais de trabalho e sempre verificar o local e os quintais.”