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Três Lagoas

Obra do Centro de Triagem de Animais Silvestres está paralisada há quase 10 anos

Prédio do Centro de Triagem começou a ser construído em 2015.

Prédio do Centro de Triagem começou a ser construído em 2015.
Prédio do Centro de Triagem começou a ser construído em 2015. | Divulgação

Devido ao desenvolvimento industrial e ao aumento do plantio de eucalipto, aliados ao intenso tráfego de veículos nas rodovias, o número de atropelamentos e acidentes envolvendo animais silvestres aumentou em Três Lagoas. Diante dessa situação, foi planejada a construção do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas).

A obra teve início em 2015, como parte de uma medida compensatória relacionada à instalação das indústrias de celulose na cidade. No entanto, o centro, que foi projetado para atender animais em situação de risco e realizar os primeiros socorros e triagens, está paralisado. Sem esse espaço, os animais capturados pela Polícia Militar Ambiental (PMA) são direcionados ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), em Campo Grande, a cerca de 330 km de distância de Três Lagoas.

A falta de um local adequado em Três Lagoas tem sobrecarregado tanto a PMA quanto o Cras e os animais, muitas vezes, permanecem em condições precárias durante o processo. De acordo com o promotor de Justiça do Meio Ambiente de Três Lagoas, Antônio Carlos Garcia de Oliveira, a situação é crítica, com a captura de três a quatro animais diariamente. “Não é possível que a Polícia Militar Ambiental viva apenas na estrada, levando os animais para o Cras em Campo Grande, que também já não tem mais condições de absorver animais de todo o estado”, afirma. Ele destaca a importância de finalizar o Cetas e defende que, além do PMA, o Instituto de Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul (Imasul) também colabore com o atendimento a esses animais.

Apesar de mais de R$ 800 mil já terem sido investidos na obra, que começou com recursos de compensação ambiental, ela permanece inacabada. Em 2018, foi acordado que os recursos provenientes de condenações por crimes ambientais seriam aplicados para a conclusão das Cetas, mas isso também não se concretizou até o momento. Segundo o Imasul, a construção ainda não foi finalizada, e, mesmo após o término das obras, será necessário instalar os equipamentos e a mobília, mas não há previsão de quando isso acontecerá.

Para o promotor de Justiça, a importância de ter um centro como o Cetas em Três Lagoas vai além de preservar a fauna local, pois possibilitaria uma resposta mais rápida e eficiente ao atendimento de animais feridos ou resgatados, evitando que a PMA precise percorrer longas distâncias com os animais em condições delicadas.