Veículos de Comunicação

Três Lagoas

Leishmaniose canina bate recorde em julho

No mês passado, o CCZ sacrificou 595 cães, destes apenas 43 não estavam com a doença

O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) fechou o mês de julho com um novo recorde de cães com leishmaniose em Três Lagoas. Conforme o coordenador do CCZ, Antonio Luiz Teixeira Empke, dos 595 cães que deram entrada no órgão para eutanasia, apenas 43 estavam com outras zoonoses. Os 552 animais sacrificados eram cães sintomáticos ou tiveram a leishmaniose comprovada por meio de exames.

O número representa um aumento significativo em relação aos meses anteriores. Empke explica que, atualmente, a média do CCZ é de 350 eutanásias ao mês. “Deste total, a maioria (85%) dos cães são vítimas da leishmaniose”.

E, ao que parece, os índices não pretendem baixar neste mês. Até a última sexta-feira (21), o CCZ já havia sacrificado 408 animais. “Apenas 10% deles não estavam com leishmaniose. Acredito que até o final do mês tenhamos atingido um número semelhante ao registrado em julho”, completa Empke.

Do começo do ano até sexta, o CCZ estima ter sacrificado mais de 2.450 cães da Cidade, 90 % doentes de leishmaniose. As eutanásias são realizadas por meio de comprovação sintomática ou por exames. “A leishmaniose pode estar reduzindo em humanos. Mas nos cachorros, não houve diferença”, disparou o coordenador.

No entanto, a doença não é restrita apenas aos cães. Neste ano, gatos também já foram sacrificados por estarem contaminados pela leishmaniose.
Empke explica que a existência da doença em gatos foi constatada há pouco tempo e, desde então, a Zoonoses vem realizando algumas coletas em felinos. O exame é feito apenas em Belo Horizonte, com amostras retiradas da orelha dos gatos.

INQUÉRITO

Contudo, o CCZ obteve um dado positivo ao que se refere em leishmaniose canina em Três Lagoas. No dia 5 deste mês, o órgão encerrou o inquérito canino da área estratificada – em que houve casos confirmados de leishmaniose humana no ano passado.

Conforme o coordenador do órgão, Antonio Luiz Teixeira Empke, pelo novo inquérito, iniciado no mês de julho, pode-se constatar uma redução no índice de contaminação canina nas áreas fiscalizadas de quase 50%.

Nos dois meses em que o inquérito foi realizado, foram vistoriados 14 pontos – áreas com uma média de três a seis bairros cada – da Cidade. A estratégia de dividir Três Lagoas em setores teve de ser adotada por conta da nova divisão dos bairros da Cidade.

Ao todo, os servidores do CCZ percorreram 2.575 imóveis e coletaram amostras de exames em 3.869 cães. Deste total, 719 exames deram positivo. “O índice representa um total de 18,5% dos cães com leishmaniose, percentual abaixo do primeiro inquérito canino realizado no ano passado, em que chegamos 30% de contaminação nos cães da nossa Cidade”, explicou Empke.

A nova metodologia de inquérito canino atende a uma determinação do Ministério da Saúde. “No ano passado, realizamos o inquérito canino e o encoleiramento de cães em todos os bairros da Cidade, o trabalho foi iniciado em agosto daquele ano e encerrado no primeiro semestre de 2009. Agora, a metodologia mudou. O Ministério da Saúde determinou que o CCZ investigasse apenas as áreas onde houve casos humanos confirmados no ano passado”, explicou.

Outra mudança se deve ao encoleiramento. Ao contrário do inquérito  – realizado de agosto do ano passado até junho deste ano – em que 100% dos cães visitados foram encoleirados, desta vez, apenas os cães cujos exames deram negativo receberam a coleira contra leishmaniose.

A medida, de acordo com o coordenador, se deve à falta de cuidados com o material por parte da população. “A própria população não colabora. Perde a coleira. Quando há mais de um animal, um morde a coleira do outro e o dono não a recoloca. Chegaram relatos até de venda dessas coleiras em pontos de tráfico de drogas”.

As coleiras utilizadas no primeiro inquérito canino da Cidade fazem parte de uma doação das empresas Votorantim Celulose e Papel (VCP) e International Paper (IP). Na ocasião, o Município recebeu em torno de 11 mil coleiras.

Empke finaliza dizendo que os interessados em encoleirar os seus animais, ainda podem procurar o CCZ. Na sede do órgão, o dono terão de preencher um formulário e realizar o exame. A coleira será entregue caso o resultado seja negativo.

Em 2008, foram registrados 48 casos de leishmaniose humana em Três Lagoas, sendo que três deles resultaram em óbitos. Já neste ano, até o mês passado, o índice era de 11 casos confirmados da doença e duas mortes.