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Levantamento

Mais de 170 homens são presos em flagrante por violência doméstica

Foi feito pela Delegacia de Atendimento à Mulher (Dam) de Três Lagoas e considera, em média, 14 prisões por mês

Foi feito pela Delegacia de Atendimento à Mulher (Dam) de Três Lagoas e considera, em média, 14 prisões por mês - Divulgação
Foi feito pela Delegacia de Atendimento à Mulher (Dam) de Três Lagoas e considera, em média, 14 prisões por mês - Divulgação

Enquanto a quantidade de casos de violência doméstica continua exorbitante, em Três Lagoas, aumenta, de “forma positiva”, o número de homens presos em flagrante, no município. Crimes contra mulheres levaram 174 agressores à prisão, no ano passado, segundo levantamento da Polícia Civil, por meio da Delegacia de Atendimento à Mulher (Dam). Já nas primeiras semanas de 2023, foram oito autos de prisão em flagrante, na “capital da celulose”, que também ganha destaque no ranking, como a terceira cidade de Mato Grosso do Sul, com mais ocorrências de mulheres agredidas. 

“Trabalhamos constantemente para a redução desse alto índice de casos e percebemos o quanto as denúncias aumentaram e, consequentemente, as prisões dos agressores também. Isso é uma conquista e enfatizamos que é prioridade o combate à violência doméstica”, reforçou a delegada Letícia Mobis, titular da Dam. A quantidade de prisões de homens agressores representa aumento de 30% no comparativo com o ano de 2021, por exemplo. 

DENUNCIE

De janeiro a dezembro do ano passado, chegou a 202 o número de mandados de prisão de violência doméstica expedidos, em Três Lagoas. De acordo com o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), em média, as audiências de custódia são realizadas até 24 horas depois do flagrante, quando o juiz avalia a necessidade de manter o preso atrás das grades durante o processo judicial.
Por outro lado, o reflexo negativo quando o assunto é a Lei Maria da Penha se refere ao quantitativo de mulheres que foram vítimas: 1.252 em 2022 e 951 no ano anterior. 

OCORRÊNCIAS

São ocorrências de diversas naturezas, desde agressão verbal, lesão corporal, tentativa de feminicídio, sempre dentro do ambiente doméstico. A delegada Letícia Mobis pontua que, na maioria dos casos, o agressor é o namorado, marido, companheiro ou um ex. Ainda conforme a Polícia Civil, a agressão é motivada pelo fim do relacionamento ou quando a mulher consegue ter independência financeira.

SOBREVIVENTE 

Mesmo com marcas das agressões no rosto, uma  vítima, teve coragem de relatar os horrores vividos na frente dos cinco filhos. O agressor, o marido de 31 anos, com quem esteve casada durante 16 anos, chegou à residência completamente embriagado e partiu para as agressões contra a mulher. Foram vários socos, que ocasionaram lesões e um olho roxo. Sobre o motivo das agressões, a vítima relatou que o pai da filha mais velha dela, teria procurado pela menina e o atual marido ficou  com ciúmes.  

A vítima ainda relatou que esta não foi a primeira vez que sofreu as agressões por parte do marido. Em todas, o homem estava sob efeito do álcool. O relato foi feito em uma entrevista de reportagem entre as várias que constantemente a equipe do Jornal do Povo se depara na Dam. Muitas famílias sofrem com esse tipo de crime dentro de casa, ainda mais quando os filhos presenciam as agressões ou até se tornam vítimas junto com a mãe. 
“Não podemos deixar de mencionar que, além da dor física, há a dor emocional em todos os membros da família. Por isso, cada vez mais, buscamos formas de ajudar as mulheres agredidas com apoio psicológico, acompanhamento e a segurança”, enfatizou a delegada.  As denúncias podem ser feitas na própria Dam ou pelo Disk 180, que também é uma ferramenta usada para chegar aos agressores. A Polícia Militar de Três Lagoas conta com o programa Promuse, que auxilia as vítimas.