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Três Lagoas

Mais de 40% dos presos de Três Lagoas têm trabalho ocupacional

Do total da população carcerária de Mato Grosso do Sul, estimada em mais de 10,5 mil presos, nas diversas modalidades do cumprimento da pena, 33%, ou seja, quase 3,5 mil possuem algum tipo de atividade ocupacional, ou trabalham em alguma empresa. Em Três Lagoas, o índice dos presos que trabalham está acima da porcentagem do Estado. Mais de 40% estão trabalhando.
As informações partiram do diretor presidente da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), tenente coronel da PM, Deusdete Souza de Oliveira Filho. Ele esteve ontem (12) pela manhã, no salão de eventos da Câmara Municipal, participando da solenidade que comemorou o quarto ano da implantação da Unidade Assistencial Patronato de Três Lagoas, o antigo Programa Elo, de ressocialização de presos.
Na mesma solenidade, além da coordenadora da unidade Assistencial Patronado, em Três Lagoas, gestora de Serviços Penitenciários, Maria José da Paz Matos, estavam também o diretor estadual de Assistência Penitenciária, Leonardo Anévalo Dias; comandante do 2º Batalhão da Polícia Militar, tenente coronel Washington Geraldo de Oliveira; chefe de Gabinete da prefeita Simone Tebet, Germano Molinari Filho e o secretário de Administração, Odair Biassi;  1º Secretário da Câmara Municipal, vereador Idevaldo Claudino da Silva; e representantes do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar Ambiental, Exército Brasileiro e Igrejas que prestam assistência religiosa nos presídios.
Quanto à ressocialização do preso, o diretor da Agepen observou que, “o preso que tem oportunidade de voltar à sociedade e à sua família, com um trabalho assegurado, dificilmente reincide na criminalidade”. Por essa razão, nosso propósito “é oferecer cursos de qualificação profissional que tenham mercado de trabalho garantido”, disse. “Temos dados que comprovam que apenas 3% dos que trabalham são reincidentes. Sem qualificação profissional, mais de 80% voltam ao mundo do crime”, observou.
O que falta, segundo comentou Deusdete de Oliveira, “é termos mais empresas que ofereçam vagas ao preso para ele poder se reintegrar à sociedade e à sua família”, observou. “Toda a sociedade deve se envolver nesse processo”, disse. Ele citou como exemplo a vizinha cidade de Paranaíba, onde o juizado das Execuções Penais reuniu todos os empresários para convence-los da necessidade de todos participarmos do processo de reintegração social do preso. “Lá, muitas empresas já participam. O Juiz pediu que, cada uma das empresas oferecesse, ao menos uma vaga para os presos. Está sendo um sucesso”, informou.
As empresas que admitem presos como trabalhadores, além do salário reduzido, têm benefícios de isenção dos compromissos sociais, enquanto o trabalhador está cumprindo pena em regime semi-aberto, aberto e liberdade condicional.
A unidade Assistencial Patronato atende 300 presos em Três Lagoas, com o objetivo de reintegrá-los à sociedade, através da qualificação profissional e encaminhamento para uma vaga de emprego e geração de renda.